Auraci Barzotto, 45, de Encantado, é conselheira tutelar há seis anos. Fazer algo para ajudar crianças e adolescentes vulneráveis é o trabalho mais importante, afirma.
• Por que resolveu ser conselheira tutelar?
Dez anos antes de ser conselheira tutelar, na época em que fui patroa e vice-patroa do DTG Guardiões do Rio Grande, já trabalhava como voluntária com crianças e adolescentes. Muitos que não tinham condições de ir eu os buscava em casa, dava roupas. Tudo para ajudar. Via muita coisa nas famílias, como pais alcoolizados. Achei um meio, sendo conselheira tutelar, para ajudar e fazer algo por eles legalmente. Também todos os sábados íamos no Abrigo – Lar da Criança ensinar as crianças e adolescentes a dançar. Dávamos roupas. Ainda hoje ajudamos, inclusive minha filha de 21 anos e meu filho de 14 sempre que têm alguma roupa que não serve mais já deixam dobradas para doar.
• O que é o melhor dessa profissão? Por quê?
Poder auxiliar a tirar as crianças e os adolescentes da vulnerabilidade porque é uma área carente, que demanda trabalho a fazer e a evoluir.
• Quais os maiores desafios como conselheira?
Fazer cumprir a lei, para que todas as crianças e adolescentes tenham os mesmos diretos. Só sabe o valor do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) quem vivia a perecer em busca de um auxílio para poder se defender. Sem ele, o público em questão vivia sem solução. Sem saber o que fazer.
• Como vê o papel da família no dia a dia das crianças e adolescentes?
Apesar de ser de fundamental importância, as famílias não estão desempenhando o papel conforme deveriam. Deixam para a escola e para os órgãos públicos a inteira responsabilidade, assim ficam expostos à vulnerabilidade social. Ressalto que só existe família onde há amor.
• Em relação a Encantado, quais os principais problemas enfrentados e que geram atuação do Conselho Tutelar?
No momento, abuso, evasão escolar e drogadição.
• Como vê os conselhos tutelares em âmbito de Brasil em relação à infraestrutura e profissionais? O que deveria ser feito na sua opinião?
Há muita necessidade de uniformização no padrão e qualidade de atendimento, com mais curso de qualificação e condições de trabalho para melhor realização da função que exercemos.
Gisele Feraboli: gisele@jornalahora.inf.br