Vale representa 3% do PIB gaúcho

Vale do Taquari

Vale representa 3% do PIB gaúcho

Cidades da região mantiveram desempenho apesar da crise de 2015

Vale representa 3% do PIB gaúcho
Vale do Taquari

A Federação de Economia e Estatística (FEE) divulgou ontem os números do PIB dos municípios referentes ao ano de 2015. Apesar da crise, a maioria dos municípios da região apresentaram elevação no índice, e o Vale manteve o patamar de 3% de participação no PIB do RS. Principal PIB da região, Lajeado aparece na 17º colocação do índice entre os municípios gaúchos.

As principais variações percentuais foram registradas nos municípios pequenos. A queda mais expressiva ocorreu em Imigrante, onde o PIB recuou 20,88%, enquanto a maior alta foi em Coqueiro Baixo, onde o índice subiu 15,58% na comparação com 2014. Bom Retiro do Sul, Fazenda Vilanova e Nova Bréscia também tiveram crescimento acima de 10%.

Presidente do Codevat, Cíntia Agostini afirma que os resultados obtidos na região foram positivos diante das dificuldades da economia nacional no período. Segundo ela, diante da queda de 3,8% no PIB brasileiro, que foi ainda maior em outras regiões do Estado, manter os índices de crescimento demonstra a diversificação da economia regional.

“Regiões muito ligadas ao setor metal-mecânico, como a Serra e a grande Porto Alegre, tiveram quedas significativas, enquanto a região se manteve no mesmo patamar”, aponta. Conforme Cíntia, nas cidades do Vale onde a variação positiva foi acentuada, o motivo mais provável é a atração de novas indústrias ou aumento de produção nas já existentes.

“O PIB industrial agrega muito valor, portanto as principais quedas também estão ligadas ao setor”, ressalta. Para o presidente da CIC-VT, Ito Lanius, alguns municípios se destacam porque as empresas atuam em ramos conseguem crescer mesmo na crise.

“Em Imigrante uma das empresas significativas na composição do PIB é fornecedora para o setor metal-mecânico, um dos que mais sofreram com a crise”, relata. Segundo ele, a matriz econômica focada na produção de alimentos também é menos suscetível às recessões.

Para o economista Adriano Strassburger, o percentual representado pela região no PIB do Estado se explica pelo pouco número de indústrias existentes no Vale. Segundo ele, a produção agrícola regional é representativa, mas possui pouco valor agregado.

Desenvolvimento x crescimento

Apesar do desempenho satisfatório, o presidente da CIC-VT ressalta a importância de ações que assegurem o crescimento econômico da região. Segundo Ito Lanius, manter o mesmo patamar de PIB é ruim diante do crescimento das demandas de saúde, educação, segurança e lazer.

“O crescimento significa que temos capacidade de investimento. Com isso, geramos emprego e renda, dando condições de melhorar a qualidade de vida da população”, acredita. Para Cíntia Agostini, o crescimento isolado não representa necessariamente melhoria nas condições de vida dos moradores.

“Uma coisa é falar em crescimento e a outra é desenvolvimento”, classifica. Segundo ela, é preciso crescer para ter empregabilidade diante do aumento populacional da região, mas a elevação econômica não pode ocorrer de forma concentrada para resultar em desenvolvimento.

Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br

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