Cerca de 250 agricultores do Vale do Taquari alteraram a rotina na manhã de ontem para aprender mais sobre plantio. O evento Dia de Campo foi promovido pela Associação Rural de Lajeado e ocorreu na Cooperativa Rural dos Vales.
Segundo o gerente-geral da Arla, Breno Aloísio Ely, os produtores rurais representaram mais de 30 municípios da região. A ação ocorreu ao ar livre, com visitação guiada a uma plantação experimental de milho.
A área foi dividida em sete estações, onde técnicos e especialistas de sementes, defensivos agrícolas e compactação do solo falaram sobre as novidades de cada área.
O objetivo, segundo Ely, é ampliar o conhecimento dos agricultores para que o setor primário do Vale consiga acompanhar o constante avanço do mercado. “Queremos mostrar na prática para que eles consigam incorporar essas novas tecnologias e consigam produzir mais, melhor e com o objetivo final de ter mais renda dentro das propriedades”, comenta.
A parte de sementes foi comandada pela empresa Dow AgroSciences. Representantes da indústria aproveitaram a ocasião para anunciar que, a partir de agora, a comercialização passa a ser feita sob a marca LP Sementes. A mudança ocorreu depois que a líder da indústria de sementes na China, a Yuan LongPing High-Tech Agriculture e o principal acionista, o fundo chinês Citic Agri Fund, adquiriram parte dos negócios da Dow AgroSciences no Brasil.
Nas primeiras estações, técnicos apresentaram as características de diversas sementes, considerando investimentos altos, médios e baixos, plantios precoce e tardio, áreas corrigidas ou não, e destinação, como silagem, por exemplo. Os produtores se dividiram em turmas de 25 pessoas, formando uma dinâmica de público nas pequenas palestras. Os técnicos também esclareceram dúvidas. A apresentação de defensivos foi feita pela Bayer.
A última das sete paradas abordou a importância dos cuidados com a compactação do solo. A demonstração foi feita por Michael Mazurana, professor de Mecanização Agrícola e Física do Solo no Departamento de Solos da Faculdade de Agronomia da UFRGS.
De dentro de uma trincheira aberta no terreno, ele explicou quais recursos o agricultor pode empregar para que a raiz chegue mais fundo na terra e absorva os nutrientes e para melhorar a absorção do solo. Em alguns casos, a escarificação pode ser feita de forma biológica, com o plantio de espécies com sistema radicular profundo, como aveia e nabo.
Para o produtor Evandro Monteiro, 40, aprender mais sobre o aproveitamento integral do solo foi uma das etapas mais proveitosas do evento. Ele cultiva oito hectares de milho para silagem, colhendo 65 toneladas em cada um. Também planta tabaco em nove hectares. “É uma coisa que estão falando bastante, isso de soltar o solo, mas quase ninguém faz. É importante, pois, às vezes, investimos em tecnologia, mas não cuidamos o solo. Ainda trabalhamos muito superficialmente.”
Gesiele Lordes: gesiele@jornalahora.inf.br