Tirar a tarde de folga. Deixar o estabelecimento fechado. Sair correndo do trabalho. Assistir escondido do chefe. A semifinal do Mundial entre Grêmio e Pachuca mudou a rotina dos torcedores no Vale do Taquari.
“Trabalho o ano todo, hoje decidi fechar e vir para Lajeado assistir ao jogo com meus amigos”, relata o empresário e fotógrafo Wilson Hachmann, 52, de Progresso. Para ele, a paixão pelo Tricolor e por futebol é maior do que qualquer coisa. “Quem me conhece sabe que não meço esforços para assistir ao meu time.”
“No trabalho está todo mundo acostumado. Em dia de jogo, vou assistir com meus amigos”, conta Gabriele Carvalho. Ela saiu da clínica de fisioterapia às 14h e retornou após a partida.
Ao contrário da amiga, Karine Link trabalhou até as 15h. “Normalmente pego folga, mas como trabalho só até as 15h, o horário me ajudou.”
Muitos como Felipe Carlesso e Guilherme Petter trabalharam pela manhã e à tarde se reuniram na Arena Bruxel, em Estrela, para assistir ao jogo. “Meu patrão é gremista, então quem torcia para o Tricolor foi liberado para assistir”, diz Carlesso.
Vitória na prorrogação
Foi no sufoco, mas o Grêmio está na final do Mundial de Clubes da Fifa em 2017. Ontem à tarde, horário brasileiro, em partida disputada em Al-Ain, nos Emirados Árabes Unidos, o time comandado por Renato Gaúcho venceu o Pachuca, do México, por 1 a 0 e assegurou um lugar na disputa pelo título.
O gol saiu somente aos 5 minutos do primeiro tempo da prorrogação. Em grande jogada individual, o reserva Everton definiu o jogo.
O campeão sul-americano enfrentou um adversário que valorizou a posse de bola e impôs grandes dificuldades. Sem Arthur, eleito o craque da final da Copa Libertadores, o Grêmio cedeu espaços e pouco criou, dependendo muito de Luan, muito marcado, para ameaçar a meta do goleiro Oscar Pérez, veterano de 44 anos.
O sufoco durou mais do que os 90 minutos esperados para a partida. Quando o relógio apontava 5 minutos do primeiro tempo da prorrogação, Cortez acelerou a cobrança de lateral e achou o atacante Everton. O camisa 11 cortou o zagueiro e chutou firme, sem chances de defesa. Um golaço para espantar a angústia e selar a classificação da equipe tricolor.
Ezequiel Neitzke: ezequiel@jornalahora.inf.br