Vigilância alerta para negligência

Vale do Taquari - mosquito da dengue

Vigilância alerta para negligência

Seis cidades do Vale do Taquari estão infestadas pelo aedes aegypti. Vigilância sanitária orienta mais atenção aos gestores e à população.

Vigilância alerta para negligência
Vale do Taquari

O aumento do calor somado à umidade excessiva, comum neste período do ano é a condição ideal para o mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika. O cuidado com a proliferação das larvas do aedes aegypti deve ser redobrado. O alerta é da Vigilância Ambiental em Saúde da 16ª Coordenadoria Regional da Saúde (CRS).

Responsável por supervisionar o controle do vetor, a equipe está preocupada com a possibilidade de infestação em mais municípios. Pela análise da repartição, há seis atingidos. Lajeado começou a sofrer com o problema em abril do ano passado. Depois, a situação se expandiu para Estrela, Teutônia e Taquari.

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O último a identificar a presença do mosquito foi Forquetinha. A cidade de 2,6 mil habitantes descobriu as primeiras larvas faz cerca de um mês, após o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes Aegypti (LirAa), feito em toda a região, e ainda em análise pela 16ª CRS.

Como define o Ministério da Saúde, a partir de agora, o município deve verificar todos os imóveis do perímetro urbano dentro de 60 dias, a fim de avaliar o nível de infestação. Nos demais locais, deveria ocorrer o mesmo. Porém a falta de recursos impede a contratação do número ideal de profissionais. Em alguns casos, o fiscal sanitário é direcionado pelas administrações municipais para a atividade.

“Há uma tendência de aumento no número de municípios infestados. A detecção precoce, por meio de um trabalho mais concentrado, seria a forma mais eficaz de impedir essa expansão. Mas sabemos que não há condições para tanto”, afirma a médica-veterinária da Vigilância Ambiental da 16ª CRS, Flávia Bavaresco.

Nos municípios infestados, deveria haver no mínimo um agente para cada mil imóveis. No caso de Lajeado, seriam 45, porém, apenas seis estão lotados no cargo. “Quem escreve essas leis não pensa muito na situação dos municípios”, afirma Fernando Diehl, biólogo da Vigilância Ambiental em Saúde de Lajeado.

Conscientização

Hoje, o trabalho conjunto com as agentes comunitárias de saúde é o que possibilita maior controle. Elas aproveitam as visitas domiciliares para orientar e averiguar os terrenos.

Em novembro, 20 agentes ajudaram a equipe a fazer o LirAa e chegaram a um resultado satisfatório: nenhum foco encontrado. O último foi identificado em março, no bairro Florestal. “A maioria está colaborando, mas sempre há quem não ajude. Estamos recebendo muitas denúncias de piscinas em desuso que formam criadouros imensos. Nesses casos, as pessoas estão deixando a desejar”, reclama.

Flávia alerta aos cidadãos para que verifiquem os pátios a cada semana. O perigo pode estar em qualquer lugar. Desde vasos de flores até pneus, lonas, folhagens, na água do cachorro, caixa d’ água, calhas e bromélias. Os municípios também precisam se ater a prédios e espaços públicos, como escolas, postos de saúde e cemitérios.

“A população ainda acha que o problema não vai acontecer aqui. Mas todo o nosso entorno está infestado, e o fluxo na BR-386 favorece muito essa proliferação.” Ela ressalta a necessidade de abrir as portas aos agentes epidemiológicos, desde que estejam identificados e uniformizados.

Carolina Chaves da Silva: carolina@jornalahora.inf.br

 

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