A construção da BR-386 interfere na expansão econômica regional. O traçado da rodovia foi preponderante na mudança no perfil do Vale. De uma área com dedicação exclusiva ao setor primário, passou a atrair empresas e mudar a matriz produtiva.
Desde o início da obra, no ano de 1960, a perspectiva em médio e longo prazo era de que a estrada traria como efeito um maior fluxo migratório, de urbanização e consequente industrialização.
Até então, a população do Vale do Taquari se mantinha pelas relações internas. Os produtores rurais produziam para subsistência, havia pequenas agroindústrias caseiras e os excedentes eram a moeda de troca.
O movimento na rota da produção desencadeou uma série de transformações. Reduziu distâncias e despertou o interesse dos empreendedores. Passados mais de 50 anos, a região cresceu devido à produção de alimentos.
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A partir do trabalho no campo, aliado ao avanço das médias indústrias, se gerou emprego na cidade e também se capitalizou o agricultor. O resultado pode ser confirmado nos índices de desenvolvimento. Nas três últimas décadas, o Vale despontou como um dos locais mais prósperos do RS.
Pelos números da Fundação de Economia e Estatística, 25% da produção de frango gaúcha provém do Vale. Na suinocultura, representa 15% e na cadeia do leite o percentual é de 8%. Em termos de escoamento das produções, estima-se que quase 10% de toda a exportação do RS passe pela BR-386. Somados todos esses motivos, tem-se a confirmação da importância da rodovia para o desenvolvimento regional e estadual. A estrada passa por 23% do território gaúcho, o que representa 48% dos municípios.
No trecho de Tabaí a Estrela, com a duplicação em fase de término, os impactos dessa melhoria já começam a aparecer. Indústrias se instalam às margens da rodovia, trazendo novas perspectivas para cidades como Fazenda Vilanova, Bom Retiro do Sul e Paverama (como mostra reportagem desta edição).
Dada a importância da rodovia, cabe destacar a necessidade de as forças regionais manterem as discussões para constantes melhorias na infraestrutura e para a continuidade da duplicação de Lajeado até Iraí.
