“Pensam que o conselheiro tutelar é um ‘bichão papão’”

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“Pensam que o conselheiro tutelar é um ‘bichão papão’”

Ivone Marisa Martins Kannenberg tem 59 é casada e mãe de um filho. Desde 2013, atua como conselheira tutelar em Taquari. A principal atribuição é zelar e fiscalizar os direitos das crianças e dos adolescentes. • Como surgiu o interesse…

“Pensam que o conselheiro tutelar é um ‘bichão papão’”

Ivone Marisa Martins Kannenberg tem 59 é casada e mãe de um filho. Desde 2013, atua como conselheira tutelar em Taquari. A principal atribuição é zelar e fiscalizar os direitos das crianças e dos adolescentes.
• Como surgiu o interesse de ser conselheira tutelar?
Ivone Kannemberg – Fui convidada por uma ex-conselheira, a Andréa Schwingel. Estava aposentada há cerca de dois anos e havia trabalhado por 32 anos como professora. Eu e ela nos conhecíamos desde o tempo em que fui monitora de crianças e adolescentes na Associação Beneficente Pella Bethânia, período que somou 20 anos. Ingressei após ser eleita. Na época, somente entidades votavam.
• Qual o principal desafio de ser uma conselheira tutelar?
É ter tempo exclusivo e dedicação 24 horas do dia. Encarar a atividade com comprometimento integral, sempre zelando pelo bem-estar da criança e do adolescente, especialmente com relação àqueles que se encontram em situação de risco e de vulnerabilidade. A cada dia, surgem novos desafios e, diante deles, precisamos agir com extremo profissionalismo, sempre com o amparo legal do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que é a Bíblia do conselheiro tutelar.
• Como você lida com situações extremas?
Somos cinco conselheiras. Cada situação apresentada é levada ao conhecimento de todo o colegiado, em que discutimos e trocamos ideias para ter o discernimento necessário para aplicar a melhor solução. Essas discussões e troca de experiências acabam por fortalecer o grupo, dando-nos segurança e reavivando o nosso comprometimento diante de qualquer situação, especialmente em relação àquelas que precisam de medidas imediatas.
• O que alegra e o que entristece nesse trabalho?
O companheirismo e afinidade do colegiado são coisas que me fazem sentir bem. Entristece chegar em uma residência e se deparar com vítimas de maus-tratos. Vemos crianças de adolescentes fragilizados por fatores de todas as ordens, como vitimas de assédio e abuso sexual.
• Na sua opinião, a sociedade já conseguiu entender o papel do Conselho Tutelar?
Infelizmente a maior parte das pessoas ainda vê a figura do conselheiro tutelar como “bichão papão”. Muitos costumam amedrontar os filhos com a nossa existência. Com isso, os mesmos deixam de cumprir com suas obrigações originais, repassando a responsabilidade para o conselheiro.

Marieli Rosa: marieli@jornalahora.inf.br

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