As incertezas e os desafios para 2018

Opinião

Adair Weiss

Adair Weiss

Diretor Executivo do Grupo A Hora

Coluna com visão empreendedora, de posicionamento e questionadora sobre as esferas públicas e privadas.

As incertezas e os desafios para 2018

Quais são as maiores ameaças no atual ciclo econômico?
A preocupação e incerteza em relação ao futuro sempre existiu. No atual contexto, os desafios se impõem às empresas, órgãos públicos, entidades e indivíduos, mas, principalmente, aos não organizados.
O Vale do Taquari se orgulha de seus feitos e muitos pensam que essa pujança regional é impermeável ou interminável. Não é bem assim.
Faz tempo que os negócios, especialmente, do ramo de alimentos – para citar um exemplo – são ameaçados pela falta de uma política pública que proteja o setor. Cooperativas e produtores têm suas relações enfraquecidas pelas investidas de multinacionais.
A ameaça se agiganta com a insensível e despreocupada atitude do governo federal em importar leite uruguaio, por exemplo, destruindo a cadeia gaúcha.
Ainda com relação ao setor do leite, um número chama atenção: o Vale perde R$ 600 mi ao ano por conta da diferença no preço do leite, cálculo apresentado pelo secretário de Agricultura de Estrela, Adão Braun, na reunião de cooperativas e prefeitos, na Cosuel, de Encantado. Ou seja, mais de meio bilhão de reais deixa de circular na nossa economia – no comércio, no setor de serviços etc –, reflexo da falta de ordenamento do setor.
Se adentramos para outras áreas, veremos que os prejuízos igualmente assustam quando os cotejamos ou somamos.
A aparente força regional é frágil. Se não atentarmos para articulações mais inteligentes e estratégias, o Vale corre o risco de diminuir sua importância econômica, assim como já ocorreu na política.
Muitos prefeitos gritam por socorro e cortam onde podem. Resolvem o momento, mas isso não garante sustentabilidade. Esse é o desafio.
Aqui no A Hora, a preocupação tem sido essa: fazer o maior número de líderes perceber a necessidade vital de uma região articulada. O esforço é pela unidade de pensamento, ainda que as diferenças devam ser respeitadas e consideradas. Existem vários vales dentro de um mesmo, e isso precisa ser debatido.
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No anuário TUDO – que será publicado no dia 31– , o A Hora traz uma análise e reflexão importante nessa linha. Coteja as ameaças e os desafios a serem vencidos para unificar o pensamento coletivo regional. O anuário posiciona o Vale para si mesmo e perante as lideranças estaduais. Traz à luz uma reflexão e visão mais ampla, de modo que possamos criar uma atmosfera favorável e discutir o essencial.
Para isso, nenhum gestor público ou privado pode pensar apenas no próprio umbigo. É necessário se abrir para essa compreensão e dar o primeiro passo ao encontro dessa necessidade.
Não significa todos fazerem igual – até por que os municípios e as empresas são diferentes –, mas unificar estratégias necessárias para garantir o macrorregional.
O prefeito da maior cidade do Vale – Lajeado – , Marcelo Caumo, presidirá a Amvat em 2018. Dele se espera uma postura digna de gestor de cidade-polo. Uma visão integrada e não dissociada. São 40 municípios com enormes diferenças, mas com problemas e desafios semelhantes que devem ser tratados com responsabilidade e cooperação.
E a reciprocidade precisa ser verdadeira. Não adianta meia dúzia ficar gastando saliva e sola de sapato, enquanto a maioria fica acomodada esperando uma oportunidade mágica para se envolver.
Na iniciativa privada, importantes movimentos nasceram nos últimos anos. As cooperativas são um bom exemplo. Ainda precisam evoluir, mas podem nos mostrar o tom dessa articulação, como ensaiaram no evento de Encantado, no dia 27 de novembro.
Codevat, CIC regional, Amvat e demais entidades organizadas, em parceira com o meio acadêmico, devem somar forças e articular.
O anuário TUDO vem com tudo. Expõe as ameaças e oportunidades, traz à tona a importância da articulação e da estratégia regional para consolidar um Vale forte e sustentável.
As empresas e municípios que ainda não confirmaram seu posiconamento dentro dele têm até o dia 15 para garantir a participação. É o Vale reunido em um documento que nos diz o quanto somos ou queremos ser.


PP discute se lança candidato

O PP regional está em dúvida se lança candidato a deputado estadual em 2018. Três nomes estão na lista: Mareli Vogel, de Teutônia, Glaucia Schumacher e Isidoro Fornari, de Lajeado, nenhum muito inclinado.
Diante disso, o PP de Arroio do Meio sugere o nome do ex-prefeito Danilo Bruxel. Ele seria o segundo arroio-meense a postular tal vaga, uma vez que o ex-prefeito Sidnei Eckerdt (PMDB) está há mais tempo pré-candidato à Assembleia Legislativa.


Aprovado sem ressalvas

O ex-prefeito de Bom Retiro do Sul, Pedro Aelton Wermann, comemora a aprovação rápida de suas contas, sem ressalvas, no Tribunal de Contas. Ele recebeu a comunicação nos últimos dias.
Por falar em Bom Retiro do Sul, em âmbito municipal, o atual prefeito Edmilson Busatto não teve o mesmo tratamento. Na câmara local, sofreu uma derrota política ao propor a reavaliação do valor venal dos imóveis. Tecnicamente, o projeto foi bem elaborado, mas a política se sobressaiu e a matéria derrubada. Assim, o município perde, deixa de ordenar algo que geraria bons resultados e investimentos. A política ainda tem dessas.


Equilíbrio na negociação

A novela da nova casa legislativa de Lajeado parece estar com os dias contados. As conversações com a família Nezello estão adiantadas. O que falta é cotejar o valor ofertado com a avaliação do poder público local. Há distâncias e falta levantar o valor da estrutura total para que os vereadores possam realizar a operação sem serem acusados de algum favorecimento.
Se o negócio for realizado dentro de valores coerentes com o mercado, a comunidade tende a compreender o movimento proposto pelo Legislativo.

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