Uma crise sem precedentes

Editorial

Uma crise sem precedentes

A população vê atônita o avanço da criminalidade. Os números de homicídios, ataques a banco e assaltos expõem a derrota do Estado de Direito. A falta de planejamento, gestão e conhecimento das administrações públicas fortalece os poderes paralelos. Arvorezinha sentiu…

A população vê atônita o avanço da criminalidade. Os números de homicídios, ataques a banco e assaltos expõem a derrota do Estado de Direito. A falta de planejamento, gestão e conhecimento das administrações públicas fortalece os poderes paralelos. Arvorezinha sentiu o pavor na pele. Um refém foi morto pelos criminosos. A população está em choque. A situação se aproxima do caos. A crise na segurança pública do RS é grave e atinge a todos, indiferente da classe social. Importante verificar que não se trata de um motivo, ainda que o avanço do tráfico de drogas seja o potencializador econômico dos grupos, há outras nuances para a escalada do crime.
Como pano de fundo para o crescimento do crime, estão a desigualdade social, a falta de uma educação de qualidade, a impunidade e a desorganização do sistema penitenciário. Esse último com grande influência na organização dos grupos marginais.
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A prisão virou um curso superior à bandidagem. As décadas de desleixo do setor público transformaram os presídios em masmorras, com celas superlotadas e com a disseminação de doenças devido à condição insalubre dos locais. Neles, os grupos criminosos reforçam seus exércitos.
Sem uma política pública para atualizar o formato de prisões, sem investimentos capazes de arrefecer essa crise, o poder público apenas reage. Trabalhar com prevenção fica cada vez mais difícil diante do buraco sem fundo da gestão publica.
A história das corporações de segurança gaúchas é feita de coragem e superação. No momento, infelizmente, fraqueja devido à desassistência estadual. As polícias atuam com poucos recursos, com um déficit de efetivo e de equipamentos e precisam adotar estratégias para manter um patrulhamento mínimo nos municípios. Sem medo de confrontos, os criminosos desafiam as forças do Estado. No fogo cruzado, fica a população.
Por mais que os governantes digam que a segurança pública é uma prioridade, as polícias só não estão em uma condição pior devido à sociedade civil organizada. Do contrário, as viaturas estariam paradas por falta de manutenção e gasolina e os policiais estariam com coletes vencidos.

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