Matheus Stoll, 19, é natural de Marques de Souza, cidade onde aprendeu a tocar gaita. Hoje mora em Goiânia, onde já gravou com importantes nomes da música sertaneja.
• Como você aprendeu a tocar gaita?
Aos 12 anos comecei a fazer aula, e sempre me mantive estudando com professores. Porém sempre me testando fora das aulas, o professor me mostrava o caminho e eu corria atrás. Até mês passado, eu fazia cerca de dez shows ao mês. Então vim morar em Goiânia e larguei os palcos. Agora estou trabalhando apenas em estúdio e gravações.
• Qual é seu principal sonho?
Um dos meus sonhos é poder ajudar pessoas da mesma maneira que eu fui ajudado, é difícil viver da música e eu consegui depois de batalhar. Tem muitas pessoas que têm capacidade e não recebem oportunidades, são essas pessoas que eu quero poder ajudar um dia.
• O que te fez ir trabalhar em Goiânia?
Eu vim para Goiânia pois conheci um tecladista que trabalha neste estúdio. Fiz amizade e mantive conversa por muito tempo, foi um processo demorado, foram cerca de dois anos até surgir a oportunidade de vir para cá. O estúdio é um dos maiores do país. Goiânia e região são o centro da música sertaneja no Brasil, então, nem pensei duas vezes, foi uma oportunidade de ouro.
• Como está sendo a adaptação?
Está bom demais, vim com a oportunidade de trabalho pronta. Estou vivendo o que sempre quis, que é o trabalho em estúdio. Na primeira semana, já gravei música com a dupla Munhoz e Mariano, que está nas plataformas digitais, toquei gaita. Foi maravilhoso.
• Dá para sobreviver só da música?
Dá para sobreviver com música tranquilamente, desde que se tome isso como um objetivo. As pessoas confundem a música com outros ramos. Qualquer profissão que você escolher, é necessário ter um estudo aprofundado, um aperfeiçoamento, para depois de muito esforço ter dinheiro. Na música, o caminho é muito longo, não dá para pensar que vai iniciar ganhando dinheiro, tem que ter paciência. Eu vivo da música há cerca de um ano, ela que me mantém. As pessoas pensam que a música é fácil, mas não é.
• Onde você espera estar daqui a dez anos?
Não sei onde me vejo daqui dez anos, eu já sonhei em ficar na estrada, hoje estou realizado em trabalhar em estúdio, é uma coisa que muda bastante. Eu vivo o que eu amo, e amo o que eu faço.
Caetano Pretto: caetano@jornalahora.inf.br
