Avança a criação de duas novas vias para conectar a rua Bento Rosa à Oswaldo Aranha, na orla do Rio Taquari. Planejadas faz pelo menos dez anos, as ligações devem melhorar o fluxo de veículos e permitir novos usos das áreas próximas ao curso d’ água.
Conforme os primeiros projetos, feitos por volta de 2008, uma das conexões seria feita a partir da rua Décio Martins Costa. Porém, a fim de diminuir danos ambientais, o município trabalha um projeto de continuação da rua Leopoldo Heineck, situada a cerca de 50 metros da conhecida “Rua do Valão”.
“Na Décio seria necessário canalizar a maior parte, porque ficaria sobre o Arroio do Engenho. Assim, colocando um pouco acima, não invadimos tanto a Área de Preservação Permanente”, afirma Isidoro Fornari, coordenador do Setor de Projetos Especiais. O diálogo com os proprietários das áreas, situadas aos fundos da Igreja Matriz, Colégio Estadual Castelo Branco e Irmãos Maristas, será iniciado nos próximos dias.
Eles devem antecipar doações de área pública para a pavimentação da rua. Conforme pré-projeto do município, deverão ser construídos cerca de 300 metros de rua até a Oswaldo Aranha, onde será instalada uma rótula. A partir dela, também será feita uma conexão de 393 metros com a Bento Rosa, na altura da ponte seca.
Os donos da área já demonstraram interesse em liberar a construção, que contará com uma travessia sobre o arroio. “Quanto aos possíveis alagamentos, não há o que fazer. Vamos seguir o perfil do terreno, para evitar mais danos ao local.”
O objetivo é iniciar as duas obras ao mesmo tempo. Mas, antes disso, além da autorização formal para uso das áreas, o município necessitará de licença ambiental, e, por fim, licitação para contratação de empresa habilitada à pavimentação. Serão usados recursos próprios no projeto, porém, ainda não há orçamento fechado.
Obra de impulsão
Propostas antigas, feitas até por alunos da Univates, previam a utilização das áreas intermediárias à rua para lazer, com construção de complexo esportivo, instalação de restaurantes, hotéis, uma marina, estacionamento público, entre outros. Porém apenas o atracadouro está nos planos do município, por enquanto. “Queremos focar na melhora do fluxo, e pensar num local para facilitar a navegação. A parte turística deixamos para a iniciativa privada.”
O Comitê Gestor do Plano de Revitalização do Centro Histórico de Lajeado foi um dos propulsores da obra. Eles pediam melhor uso do espaço às margens do rio. Presidente da entidade, o ex-secretário da Fazenda José Carlos Bulle, elogia a iniciativa.
“Qualquer melhoria do entorno do centro contribui na revitalização. Pode trazer benefícios para toda a população.” Ele lembra que a reivindicação é antiga, mas sempre impactava na falta de recurso. Agora, será um propulsor ao turismo. “Hoje estamos de costas para o rio, onde temos um potencial a ser explorado, do turismo ao comércio.”
Carolina Chaves da Silva: carolina@jornalahora.inf.br