“O machismo é imposto desde a infância”

Notícia

“O machismo é imposto desde a infância”

Bruna Geller Ribeiro, 28, é uma das fundadoras do Grupo Uma por Todas, Todas por Uma – Cultura de Empoderamento, de Estrela. A designer de moda trabalha para unir mulheres e fortalecer a rede de proteção do Vale. • De…

“O machismo é imposto desde a infância”

Bruna Geller Ribeiro, 28, é uma das fundadoras do Grupo Uma por Todas, Todas por Uma – Cultura de Empoderamento, de Estrela. A designer de moda trabalha para unir mulheres e fortalecer a rede de proteção do Vale.
• De que forma você começou a se engajar na causa feminista?
Eu sempre acreditei na igualdade de gênero, mesmo quando nem sabia o real significado disso. Para mim o empoderamento é a chave para conquistarmos essa igualdade.
• Como surgiu o grupo?
O grupo surgiu de um grito de basta, devido a uma série de feminicídios na região. Foi quando eu e mais duas colegas de trabalho decidimos fazer algo a respeito. Organizamos reuniões com representantes das secretarias municipais e entidades locais para achar uma maneira de evitar esse tipo de fatalidade e entender mais sobre o assunto. Começamos a fazer também rodas de conversa abertas, em que trocamos diversas informações e experiências.
Porém, nesse caminho, descobrimos a existência da Casa de Passagem, ficamos chocadas com a situação precária e o descaso do setor público em relação a isso. Desde então, nosso foco tem sido ajudar a Casa de Passagem, por meio de brechós beneficentes e também pressionando os municípios para que auxiliem o local.
• Como percebe o machismo na sociedade local?
Ainda está muito presente e, ao contrário do que muitos pensam, ele atinge tanto mulheres quanto homens. O machismo é imposto desde a infância, quando as meninas são influenciadas a agirem como princesas e a serem submissas, e os meninos a serem “machões” e a não demonstrarem fraquezas.
• Como a união das mulheres pode interferir nessa situação?
Uma das coisas mais importantes trabalhadas no grupo é a união e aliança entre mulheres. Desde crianças, somos influenciadas a sermos rivais, a competirmos entre nós e a agirmos como verdadeiras inimigas. Deveríamos nos unir em prol de nossos direitos e liberdade. Aprender a não julgar, entender e apoiar outra mulher é um passo importante para mudarmos essa cultura.
• O que diria a pessoas contrárias à causa?
Eu pediria para se informarem sobre feminismo, machismo, cultura do estupro, violência contra mulher, sororidade, entre outros. Além de tentarem se sensibilizar, colocando-se no lugar das mulheres.

Carolina Chaves da Silva: carolina@jornalahora.inf.br

Acompanhe
nossas
redes sociais