Greve impacta sobre transporte

Lajeado

Greve impacta sobre transporte

Na maior escola do Vale, aulas seguem até fevereiro. Calendário ainda precisa ser aprovado

Greve impacta sobre transporte
Lajeado

Devido à greve dos professores estaduais, as duas maiores escolas de Ensino Médio da região fecham o ano letivo cerca de 50 dias depois das demais instituições de ensino. Colégio Estadual Presidente Castelo Branco e Escola Estadual de Ensino Básico Érico Veríssimo devem ter aulas até 10 ou 15 de fevereiro para cumprir os 200 dias letivos.

A informação é das diretorias das instituições. Ambas devem finalizar o calendário ainda nesta semana, repassar ao Conselho Escolar e posteriormente à 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) para aprovação.

No caso da Érico Veríssimo, há 41 dias para serem recuperados, enquanto na Castelo Branco são 40. Porém o uso de sábados e outras datas diferencia a data de encerramento.

Segundo a responsável pela CRE, Greicy Wenschenfelder, as demais escolas que aderiram à greve, de modo parcial ou total, conseguirão finalizar as aulas ainda em dezembro. Guararapes, de Arroio do Meio, Santa Clara, de Santa Clara do Sul, e Carlos Fett Filho, de Lajeado, permanecem até 10 ou 18 de janeiro.

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O problema na maioria dessas instituições será o transporte, pois, diferente de Lajeado, não há coletivo urbano para todas as áreas. Até o momento, apenas o município de Santa Clara do Sul garantiu o serviço aos alunos. Segundo Greicy, o trabalho extra custará R$ 11 mil. “Por lei, não há obrigação de manterem o transporte devido à greve. Mas cada um pode conversar e trabalhar para uma solução.”

Ela afirma que a CRE acompanhará o trabalho em todas as escolas a fim de garantir o aprendizado dos estudantes. “Queremos participar, cobrar das direções, dos professores, para que o prejuízo seja o mínimo possível.” Ela também pede aos pais o esforço de garantir a presença dos filhos em sala de aula. Há necessidade de cumprirem as aulas para obterem aprovação e competências necessárias.

Cerca de dois mil alunos e 200 professores serão afetados pelo prolongamento das aulas na região, 80% deles do Castelo Branco e Érico Veríssimo. Estudantes dessas escolas também foram maioria nas transferências. Dos 187 alunos que mudaram de escola, devido à greve, 111 eram da Érico.

Ingresso no Ensino Superior

Para garantir a matricula na universidade, alunos do 3o ano do Ensino Médio recebem um atestado de escolaridade. A princípio, apenas a Univates aceitaria o documento. Porém diretorias acreditam que outras instituições privadas também receberão. O mesmo não é garantido com universidades públicas.

Receoso, e sentindo-se despreparado, o aluno do 3o ano da Érico, Mauricio Dullius, 18, deixou o vestibular para 2018. O curso de Engenharia de Software terá que esperar. Por enquanto, ele apenas quer ver o tempo passar rápido.

O período de férias ainda não começou, mas Dullius já sabe como será difícil. “Não sou contra os professores nem nada. Mas todos estarão desmotivados. Estaremos pensando em viajar, trabalhar ou até mesmo fazer faculdade. Provavelmente a metade dos alunos vai faltar a essas aulas”, acredita.

Para ele, não haverá recuperação total das aulas. O comparecimento será por obrigação. “Além disso, está um clima meio tenso na escola. Professores estão desunidos, brigados um com os outros”, comenta.

Carolina Chaves da Silva: carolina@jornalahora.inf.br

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