A administração municipal descarta alterar a unidade territorial de uma área pública do bairro Universitário, que foi repassada pelo governo à Fundação para Reabilitação das Deformidades Crânio Faciais (FundeF) para a construção do hospital próprio da entidade. Com isso, novos locais serão oferecidos nas próximas semanas.
Durante debate realizado pelo A Hora no bairro Universitário, o secretário de Planejamento (Seplan), Rafael Zanatta, confirmou uma informação antecipada em julho pelo jornal, de que o espaço doado em 2014 não comporta o empreendimento. Instalado em uma área residencial, o terreno de 6,2 mil metros quadrados deverá ser devolvido ao poder público.
“Aquela área é muito inadequada para o empreendimento previsto. Há problemas ambientais e também de acessos para veículos. Também verificamos que a infraestrutura próxima ao local não está adequada para receber grande demanda de público”, resume Zanatta.
Na época da doação, o então prefeito, Luís Fernando Schmidt, teria garantido a alteração do Plano Diretor e do mapa de uso de solo naquela região. Com isso, a área que fica na rua Pará, esquina com a rua Passarela, ficaria apta para receber o novo hospital.
Diante dessa promessa, a direção da FundeF contratou – por R$ 257 mil – o escritório Queiroz e Queiroz Arquitetos Associados para produzir a planta do prédio. Além disso, a entidade também se comprometeu com uma série de contrapartidas, como a construção de uma praça, quadra de esportes, academia ao ar livre e a pavimentação das duas ruas citadas.
Mais de R$ 200 mil já foram pagos à empresa, mas o projeto da edificação de 7,3 mil metros quadrados não poderá ser executado naquele local em função do Plano Diretor. Todo o recurso foi angariado por meio do Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (FMCA), cujas cifras são oriundas de dedução de Imposto de Renda de contribuintes.
Novas áreas oferecidas
De acordo com o assessor especial do prefeito, Ítalo Reali, pelo menos duas novas áreas já foram oferecidas à direção da FundeF. “Os trâmites estão avançando bem”, resume o agente público. Entre os terrenos previstos, um imóvel próximo à UPA, um pouco antes da ponte sobre o Arroio Saraquá. Também é avaliada uma área às margens da ERS-130.
A reportagem tentou, sem sucesso, contato com o presidente da FundeF, Alan Viegas Detobel. Em julho passado, um dos proprietários da empresa Queiroz e Queiroz Arquitetos Associados garantiu que uma provável adaptação do projeto arquitetônico produzido para o terreno do bairro Universitário não terá custos extras à entidade.
Detalhes da FundeF
A entidade tem cerca de 2,5 mil pacientes no cadastro. A média é 800 atendimentos por mês e mais de 4,5 mil procedimentos ambulatoriais, em 45 cirurgias de pacientes de mais de 300 municípios. A instituição é referência para 14 das 19 Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS).
Rodrigo Martini: rodrigomartini@jornalahora.inf.br
