Assessores para que exatamente?

Opinião

Fernando Weiss

Fernando Weiss

Diretor editorial e de produtos

Coluna aborda política e cotidiano sob um olhar crítico e abrangente

Assessores para que exatamente?

O aparelhamento e o apadrinhamento partidário são práticas corrosivas e incrustadas no sistema político nacional. Mediante conveniência e interesses, políticos nomeiam assessores, direcionam cargos, concedem benefícios e ampliam a teia de sustentação.
Faço a introdução para discorrer sobre a reportagem publicada pelo jornal A Hora no fim de semana, referente aos assessores parlamentares com ramificação ou atuação no Vale do Taquari, cujos salários partem de R$ 2,7 mil e chegam – pasmem – a R$ 26,4 mil. Para fazer o que exatamente?
Conheço praticamente todos os nomeados na reportagem, além daqueles que vieram à tona depois da publicação, como o ex-prefeito de Ilópolis, Olmir Rossi, Márcio Daláqua, Elias Dall’agnol e Sérgio Velere, todos de Arvorezinha.
O questionamento a seguir não tem qualquer relação com a integridade ou a legitimidade dessas pessoas em ocupar os cargos de assessores. A questão é a relevância, a eficiência e a capacidade financeira do Estado.
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O RS vive uma das piores e mais profundas crises financeiras e existenciais, com agravantes que impactam os serviços essenciais, como saúde, segurança e educação. Professores e policiais, com salários – muitos menores do que a maioria dos assessores – parcelados o ano inteiro.
O Estado, enquanto instituição, inchou de maneira desequilibrada ao longo dos anos. Foi aparelhado em todos os três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – e conduzido como se dinheiro nascesse nas árvores da Praça da Matriz.
Não faz mais qualquer sentido – será que já fez em algum dia – existirem os assessores parlamentares espalhados estado afora. Em vez de desenvolver iniciativas capazes de melhorar a qualidade de vida ou a prestação de serviço aos cidadãos, estão lá ou cá para manter e abastecer os currais eleitorais de quem está no poder. Ou seja, os assessores são agentes políticos, na maioria das vezes, sem carga horária a cumprir e mantêm outras atividades profissionais paralelas.
São tantas mazelas sociais em que poderiam ser aplicados esses R$ 130 milhões que a Assembleia aplica em assessores que é insuficiente a explicação de que isso representa menos de 1% de todo orçamento estadual. O gasto indevido em outras áreas dos três poderes – como o Tribunal de Contas, por exemplo – apontado por parlamentares, não é justificativa para manter o apadrinhamento atual no Legislativo. Enquanto persistir essa visão retrógrada e parasitária sobre o sistema político, é difícil acreditar em mudanças estruturais no Estado. Ou seria normal um assessor de deputado ganhar R$ 26,4 mil mensais para … fazer o que exatamente?


 

Oportunismo e jogo para a torcida

Vereadores de Marques de Souza e de Bom Retiro do Sul foram oportunistas nos últimos dias. Jogaram para a torcida ao reprovarem projetos dos prefeitos Edmilson Dörr e Edmilson Busatto. Em Bom Retiro do Sul, uma reavaliação venal dos imóveis, exigência inclusive do Tribunal de Contas, fez as alíquotas do IPTU aumentarem além da média. Os valores não eram ajustados faz 15 anos. Com a câmara de vereadores lotada, legisladores decidiram “jogar para a torcida” e negligenciar uma atualização venal exigida por lei e reprovaram a matéria.
Em Marques de Souza, não foi muito diferente. Pela segunda vez, o prefeito encaminhou projeto para implantar a cobrança de iluminação pública na cidade. O município é um dos poucos, se não único da região, onde o contribuinte não auxilia no pagamento da iluminação pública.
Nos dois municípios, parece que a campanha eleitoral não terminou.


Inovação no turismo

O lançamento do Caminhadas Autoguiadas do Vale do Taquari, ontem à noite, em Lajeado, é uma das inovações propostas pela Amturvales em meio à sua reafirmação. Aos poucos, a instituição criada e legitimada para potencializar o turismo regional começa a liderar movimentos capazes de fortalecer o terceiro setor e despertar investimentos.
O projeto é uma consequência do Caminhos da Colônia, desenvolvido por Alício de Assunção desde 2011. A apresentação da primeira rota autoguiada ocorre no dia 17 de dezembro, no distrito de Tamanduá, em Marques de Souza. A previsão da Amturvales é de construir uma Caminhada Autoguiada em cada uma das cidades da região.
Trata-se de um projeto inédito no Vale do Taquari e quem sabe no RS. A rota autoguiada mais famosa do mundo é o Caminho de Santiago, em Santiago de Compostela, na Espanha, que atrai milhões de turistas do mundo inteiro.


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Corrupção e futebol

“Todo aspecto social de igualdade, de educação, de chega de impunidade e de prisão de corruptos é maior do que a seleção brasileira e o futebol. O combate à corrupção transcende e está acima dessa paixão que é o futebol.”
Palavras de Adenor Bachi, o Tite, técnico da seleção brasileira em entrevista a TV Estadão. Pena que na realidade diária o povo não pensa e nem age assim.


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Lajeado na Amvat

Marcelo Caumo será eleito presidente da Amvat amanhã. Reunião dos prefeitos da associação ocorre às 9h30min, no Estrela Palace Hotel. Faz 22 anos que um chefe do Executivo do maior município da região não assume o comando da entidade. O último prefeito de Lajeado a presidir a Amvat foi Leopoldo Feldens, em 1995.

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