Prevista para ser concluída em dezembro, a obra de duplicação da BR-386, entre Estrela e Bom Retiro do Sul, deverá ser entregue no primeiro trimestre de 2018. Iniciada em 2010, a construção foi paralisada diversas vezes, mas segue sem interrupções desde janeiro deste ano.
De acordo com o ex-presidente do comitê pró-duplicação da rodovia, o prefeito de Fazenda Vilanova, José Luís Cenci, parte da obra deveria ter sido liberada em outubro, mas as empresas responsáveis não conseguiram concluir os trabalhos no prazo.
“Mesmo assim, ela está andando. Vamos ter que ter um pouco mais de paciência para que as empresas continuem e encerrem essa obra.” Segundo ele, a alegação do Dnit é de que os atrasos são decorrentes do excesso de chuva.
Afirma que o cenário estaria mais complicado caso o consórcio responsável pela obra decidisse abandonar o trabalho, o que resultaria em um processo de dois a três anos até a contratação de uma nova empresa.
Presidente da CIC-VT, Ito Lanius está otimista com a proximidade da conclusão. Ele acredita que as obras não serão paralisadas. “O cronograma atrasou um pouco, mas quero dar esse voto de confiança ao Dnit.”
Conforme o presidente da CIC-VT, o superintendente responsável pela obra sempre foi muito franco em relação ao andamento dos trabalhos. Para Lanius, diante dessa mudança de postura do órgão, a região pode ficar mais tranquila quanto à conclusão dos trabalhos.
Histórico de atrasos
A duplicação dos 33 quilômetros da 386 entre Estrela e Tabaí foi iniciada em novembro de 2010, com previsão de término em outubro de 2013. O trecho de 11 quilômetros entre Bom Retiro do Sul e Estrela foi paralisado pela primeira vez em 2012, devido a um impasse entre a Funai e o Dnit.
O órgão responsável por cuidar das questões indígenas não liberou a obra em trecho de 1,8 quilômetro próximo à aldeia localizada em Estrela. A liberação do trecho ocorreu em 2015, somente após a construção de uma nova aldeia, mais distante da rodovia.
Porém, na segunda semana de janeiro de 2016, a obra foi novamente paralisada, dessa vez, devido à falta de recursos por parte do governo federal. Na época, 22 dos 33,4 quilômetros previstos, estavam liberados para o tráfego de veículos desde 2014. De acordo com o Dnit, a obra está 95,3% pronta.
Custos elevados
Em janeiro do ano passado, quando o Dnit e o governo federal anunciaram a suspensão das obras, o Dnit havia pago R$ 168,7 milhões às empresas Conpasul e Iccila, vencedoras do processo licitatório realizado ainda em 2010.
O valor do orçamento aumentou R$ 70 milhões desde o início da obra. Inicialmente, estavam previstos R$ 150 milhões para conclusão dos 33,4 quilômetros. Quatro aditivos de contrato depois, o total previsto supera R$ 220 milhões.
Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br