“Queria uma Univates no Rio de Janeiro”

Lajeado - CRAQUEs SOLIDÁRIOs

“Queria uma Univates no Rio de Janeiro”

Principal jogador brasileiro depois de Pelé, Zico esteve em Lajeado para divulgar a segunda edição do Craques Solidários

“Queria uma Univates no Rio de Janeiro”
Lajeado

Uma das maiores personalidades do futebol mundial e principal estrela confirmada para o Craques Solidário, Arthur Antunes Coimbra, o Zico, esteve ontem em Lajeado. O ex-jogador do Flamengo e da seleção brasileira visitou a cidade para gravar um vídeo de divulgação do evento.

Zico esteve na Univates e brincou com as crianças da Apae, entidade beneficiada com a iniciativa, no campo do Complexo Esportivo. Mesmo com dores no joelho, o craque arriscou embaixadinhas e fez um pequeno torneio de pênaltis com os alunos da entidade.

O Galinho Quintino, apelido que ganhou no início da carreira, se disse impressionado com a estrutura da Univates e destacou a qualidade do complexo esportivo. “Queria uma Univates no Rio de Janeiro.”

Para o ex-jogador, a união entre o esporte e a educação é uma das principais ferramentas de formação social e cidadã. Segundo ele, é preciso fazer com que ídolos de diferentes esferas esportivas se interessem por projetos educacionais.

Conforme Zico, o esporte já cumpre uma função social por meio de iniciativas individuais ou coletivas de atletas que mantêm entidades ou integram projetos. Para ele, a mídia que o futebol recebe permite a realização de diversas iniciativas nesse sentido.

O craque disse esperar um estádio lotado no dia 15, data da partida do Craques Solidários. Zico dará o pontapé inicial do evento, mas não descarta jogar alguns minutos, apesar das dificuldades devido à lesão no joelho que encerrou a carreira como jogador.

Craque do Flamengo e da seleção brasileira repassou dicas de como bater pênalti para crianças da Apae

Craque do Flamengo e da seleção brasileira repassou dicas de como bater pênalti para crianças da Apae

História marcante

Considerado o principal jogador brasileiro depois de Pelé, Zico iniciou a carreira no Flamengo em 1971. Foi um dos principais responsáveis pelos dois maiores títulos da história da equipe carioca, a Libertadores e o Mundial de Clubes de 1981. Também comemorou os títulos do Campeonato Brasileiro de 1980, 82 e 83.

Após uma pequena passagem pela Udinese, da Itália, Zico retornou ao Rubro Negro em 1985, e ajudou a levantar a taça da Copa União, campeonato nacional realizado em 1987. Em 1989, já com problemas no joelho, saiu do Flamengo como o maior artilheiro da história do clube, com 508 gols em 731 partidas.

Dois anos depois de pendurar as chuteiras, Zico rumou para o Japão onde ajudou a criar a liga nacional e foi um dos grandes responsáveis pela popularização do futebol. Em terras japonesas, jogou e foi técnico do Kashima Antlers de 1991 a 1994.

O Galinho Quintino também fez história na seleção brasileira. Era o principal craque do grupo na Copa da Espanha, em 1982. Considerada uma das melhores equipes da história, perdeu o campeonato mundial ao ser eliminada pela Itália no episódio conhecido como “Tragédia do Sarriá”, em referência ao nome do estádio localizado em Barcelona.

Craques confirmados

Além de Zico, também estão confirmados para o evento os atletas Paulo Nunes (ex-Grêmio), Felipe Gedoz (Atlético-PR) e Maicon (ex-lateral da seleção brasileira). Os ingressos estão disponíveis na rede de postos Fórmula, na Apae Lajeado, Grupo Independente, Unna Pizza e com os organizadores.

As entradas do primeiro lote custam R$ 25, mais a doação de quilo de alimento no dia do evento. O evento é realizado por Richter Gruppe e Grupo Independente, com apoio da Univates, Sicredi, STR, Andrea Feine e postos Fórmula.

“O esporte cumpre essa função social”

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Como foi a visita a Lajeado?

Zico – Minha equipe já esteve aqui antes, inclusive meu filho. Hoje tivemos a oportunidade de conhecer tudo isso que acontece em Lajeado e na Univates. É muito bom poder participar do Craques Solidários, no dia 15. Quero estar presente, não para jogar, mas para dar o pontapé inicial porque o joelho está complicado. Mas, depois de chegar aqui e ver um campo com essa qualidade, posso até mudar de opinião.

Qual a expectativa para o evento?

Zico – Espero que todos possam colaborar o máximo, em benefício da Apae. Quero parabenizar os professores que cuidam dessa garotada, fazem a alegria deles e integram à sociedade. Tenho certeza que o estádio estará cheio para que esse evento seja coroado de êxito. É importante para a cidade, para o estado e para a entidade.

A participação em ações beneficentes é uma das características do Zico?

Zico – Todos os anos, a gente faz uma partida beneficente no Maracanã, o Jogo das Estrelas, em que a renda é toda revertida para as instituições de caridade. Este ano será no dia 27 de dezembro. É uma forma de retribuirmos esse carinho que as pessoas têm com a gente. No ano passado, diante da tragédia com o avião da Chapecoense, toda a renda foi destinada para as famílias das vítimas e não doamos para as entidades. Neste ano, esperamos fazer uma divisão entre essas instituições que precisam bastante no Rio de Janeiro.

Na sua opinião, o esporte deveria cumprir também um papel social?

Zico – O esporte cumpre essa função social. Vários jogadores e ex-jogadores mantêm entidades e projetos sociais. O futebol, pela repercussão de mídia que tem, consegue fazer coisas bem-feitas, e pode fazer muito mais ainda.

Qual a sua impressão sobre a estrutura da Univates?

Zico – Gostaria de poder ver no meu estado. É uma estrutura fantástica, que impressiona pelo cuidado, pelas instalações e pela beleza. Não parece uma universidade, e sim um grande parque onde se aprende muita coisa. Estou impressionado com tudo o que vi aqui. Está de parabéns a Univates e a cidade por ter uma universidade dessas. Que a população possa aproveitar bastante, porque aqui tem tudo o que se precisa para a formação do ser humano.

E sobre o complexo esportivo da universidade?

Zico – Aqui as pessoas podem ver o que é a área esportiva e o que pode ser feito em várias modalidades com as melhores instalações para os atletas se desenvolverem, e também para as pessoas estudarem sobre essas atividades. Da minha parte, espero poder incentivar cada vez mais para que isso aconteça em diversos lugares no país. Quem sabe? Eu ficaria muito feliz se tivesse uma Univates no Rio de Janeiro.

Circula a informação de uma possível parceria entre o Zico e a Univates. Essa chance existe?

Zico – Estamos em tratativas com a Univates para trazer uma unidade da Escola de Futebol Zico 10 para Lajeado. Todos têm que ganhar com isso, não só o Zico 10 e a universidade, mas principalmente as crianças que participarão. Vamos fazer uma coisa boa para eles, porque a ligação entre o ensino e o esporte é fundamental.

É possível unir o futebol e a educação?

Zico – Não apenas o futebol, mas qualquer modalidade. O Brasil é uma potência de grandes ídolos. Temos o Guga no tênis, Airton Senna, Nelson Piquet, Émerson Fittipaldi no automobilismo, temos um basquete bi-campeão mundial, um vôlei medalha de ouro olímpico no masculino e feminino. É preciso saber fazer com que essas pessoas importantes no esporte se interessem em ajudar na educação.

O que achou da conquista do tricampeonato da Libertadores pelo Grêmio?

Zico – O Grêmio estava jogando o melhor futebol do Brasil. Parabenizo o Renato pelo grande trabalho que conduziu ao título. Torço muito para o sucesso dele. Foi meu companheiro de Flamengo e seleção. Por pouco não jogamos uma Copa do Mundo. A competência e o caráter dele fazem com que uma conquista seja muito merecida.

Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br

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