Vazamento de amônia leva quatro pessoas ao hospital

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Vazamento de amônia leva quatro pessoas ao hospital

Fato aconteceu em uma indústria na Barra do Jacaré próximo ao Rio Taquari

Vazamento de amônia leva quatro pessoas ao hospital
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Um vazamento de amônia aconteceu na manhã de ontem na empresa Quinta do Vale Alimentos. O incidente foi por volta das 9h, devido ao rompimento de uma junta de uma válvula na sala de máquinas. Havia uma pessoa no local. O cheiro do gás também foi sentido no escritório.

Quatro pessoas foram levadas ao Hospital Beneficente Santa Terezinha (HBST). Duas foram liberadas ao longo do dia e duas continuam em observação. Mais informações sobre o estado dos pacientes e os problemas apresentados não foram repassadas pelo hospital.

Segundo a Vigilância Sanitária do município, a equipe foi até a empresa para constatar e averiguar o acontecido e buscar informações com a técnica em Segurança do Trabalho. Entretanto, ela estava acompanhando os dois funcionários que ficaram em observação no hospital.

Uma vistoria foi marcada para amanhã e será acompanhada pela técnica, para constatar se houve dano ambiental, e quais as medidas de controle que a empresa tem para esse tipo de acidente. Ontem não foram coletadas amostras.

Segundo a Vigilância Sanitária, a empresa não soube informar a quantidade que vazou, pois a amônia se dissipa no ar. Em relação ao Rio Taquari, que fica próximo ao empreendimento, as informações prestadas pela Quinta do Vale e pela Vigilância informam não ter atingido o recurso hídrico.

O que diz a empresa

Conforme informações da Quinta do Vale Alimentos, o vazamento foi pequeno e houve ação e precauções da parte técnica em seguida. O vazamento foi controlado ainda durante a manhã.

Ainda, segundo informações repassadas pelo químico da empresa à Vigilância Sanitária, foi um fato isolado. O Corpo de Bombeiro de Encantado chegou a ser chamado, mas em seguida foi informado que a equipe da empresa havia controlado o vazamento e não precisava mais se deslocar ao local.

Impacto ambiental

Para a Vigilância Sanitária, o impacto ambiental causado foi de pequena proporção e não foi necessário chamar equipe especializada para conter o vazamento ou Corpo de Bombeiros. Segundo a Vigilância, dizer quais os riscos para as pessoas seria prematuro neste momento. Após as constatações, será aplicada a penalização para o caso.

Entrevista

Riscos à saúde

A professora de Engenharia Ambiental da Univates, Maria Cristina de Almeida, explica os riscos da inalação de amônia. Graduada em Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia pela Universidade Estadual do RS, é mestre e doutora em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS.

O que é a amônia?

Maria Cristina de Almeida– A Amônia é um gás tóxico e inflamável quando presente em elevadas concentrações. É bastante utilizada na indústria, principalmente em sistemas de refrigeração.

Quais são os cuidados que devemos ter?

Maria Cristina – A exposição à amônia em atividades industriais tem vinculação direta à ocorrência de vazamentos desse gás. Sendo assim, é importante que a indústria adote alguns procedimentos importantes, tais como monitoramento, detecção e redução dos vazamentos. Além disso, é essencial o uso de equipamentos de proteção individual (EPI), bem como de detectores de gás, o que permitirá a segurança pessoal dos funcionários nos ambientes com maior perigo de exposição aos gases tóxicos.

É um produto cancerígeno? Que outros malefícios pode trazer à saúde humana? Quais são os impactos ambientais?

Maria Cristina – Amônia Anidra não é considerado cancerígena pela Occupational Safety and Health Administration (OSHA). Ao meio ambiente, a amônia oferece grande risco de intoxicação por contaminação hídrica e atmosférica. Para o homem, oferece efeitos adversos mesmo em baixas concentrações. Entre os principais sintomas e efeitos no estado liquefeito, alguns devem ser destacados, como asfixia por respiração e queimadura no contato com a pele; irritação pulmonar, edema e até a morte por asfixia; irritação, cegueira temporária e severos danos aos olhos na exposição a altas concentrações de vapor; ação corrosiva na boca, esôfago e estômago, caso haja sua ingestão. Em ambientes contaminados com baixas concentrações o gás só causa irritação nos olhos e incomoda na respiração, mas não apresenta efeitos acumulativos. Ainda pode causar inchamento do corpo, colapso, febre, dor no peito, nos olhos, nos ouvidos e garganta, além de dor no abdômen e vômito.

Gisele Feraboli: gisele@jornalahora.inf.br

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