Região determina cinco medidas para vencer a crise

Vale do Taquari

Região determina cinco medidas para vencer a crise

Documento elaborado pelo Codevat será apresentado aos deputados

Região determina cinco medidas para vencer a crise
Vale do Taquari

Cinco reivindicações da região para superar a crise do leite serão apresentadas hoje, em Porto Alegre, na Assembleia Legislativa. As medidas foram definidas ontem pelo grupo que debate o assunto no Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), em reunião na Univates. O encontro teve a participação de representantes de produtores, cooperativas, sindicatos, universidades, Emater, entre outros.

Para a presidente do Codevat, Cintia Agostini, vários movimentos ocorrem em todo o estado para buscar alternativas à crise, mas poucos resultados foram alcançados. Segundo ela, o setor precisa ser mais incisivo para defender os produtores que sofrem com a queda do preço do leite devido à entrada do produto uruguaio no mercado brasileiro. Cintia destaca que muitos produtores estão deixando a atividade em razão de dívidas e incapacidade de bancar o processo produtivo.

Conforme decisão tomada ontem em Lajeado, também será proposta a realização de uma mobilização de âmbito estadual em frente ao Palácio Piratini para pressionar os poderes públicos e dar visibilidade ao problema. “Nós temos que demonstrar que não podemos mais suportar as condições que estão postas hoje”, afirma a presidente do Codevat.

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União pelo setor

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Nova Bréscia, Celito Turatti, as cooperativas são responsáveis por cerca de 35% da produção de leite no estado e devem estar unidas para proteger os produtores locais. A mobilização precisa ainda contar com a participação de sindicatos, associações, vereadores e prefeitos. “Temos que sentar todas as organizações e elaborar um projeto a longo prazo para o setor”, propõe.

Para o secretário de Agricultura de Estrela, José Adão Braun, é preciso sensibilizar os prefeitos e a população sobre as perdas econômicas causadas pela crise. Segundo ele, o Vale perde por ano cerca de R$ 255 milhões desde que o preço do litro leite diminuiu a menos de R$ 1. “É um volume de perda muito substancial que afeta toda a economia regional”, argumenta. Além dos produtores, Braun destaca também o que deixa de ser arrecadado pelos municípios e a falta que o dinheiro faz ao não circular por outros setores.

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Comissão

As medidas formuladas pelo grupo do Codevat serão levadas à reunião do Grupo de Trabalho vinculado às comissões de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo e de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo do Legislativo estadual. Prevista para as 10h, a atividade contará com presença de 23 entidades e organizações dos diversos segmentos da cadeia produtiva do leite no RS, representantes do Executivo estadual, Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Companhia Nacional de Abastecimento.

Na pauta da reunião, estão as medidas recentes da União em relação à importação de leite em pó do Uruguai e o decreto estadual que reduziu impostos e facilitou a entrada do produto do país vizinho. Também será debatida a situação do Instituto Gaúcho do Leite e do Fundoleite, criados em 2014 e 2013 para promover ações de desenvolvimento da produção leiteira no estado.

Coordenador do GT, o deputado Zé Nunes (PT) afirma que o grupo busca realizar debates propositivos para formular medidas e estabelecer o diálogo com os governos federal e estadual. “Nós precisamos discutir as perspectivas do setor, pois o momento continua difícil. É uma crise que se arrasta e tem grandes impactos.”

Ao governo estadual

* Extinção dos decretos estaduais que reduzem tributos das importações.

* Corte de incentivos fiscais às empresas internacionais instaladas no RS que importam leite do exterior.

Ao governo federal

* Estabelecimento de cotas para importações.

* Compras governamentais para diminuir estoques existentes.

* Medidas de combate à guerra fiscal entre os estados.

Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br

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