Velocidade e adrenalina marcaram o fim de semana em Teutônia. A ladeira da Lagoa da Harmonia sediou a etapa do Campeonato Mundial de Skate Downhill no sábado e domingo. Nas dez categorias, participaram 137 skatistas, de dez países. Cerca de cinco mil pessoas assistiram à 13ª edição do evento.
A prova foi promovida pela International Gravity Sports Association (IGSA), Confederação Brasileira e Federação Gaúcha de Skate, com apoio da Associação de Skatistas do Vale do Taquari (Askavata) e administração municipal.
“Teutônia é conhecida mundialmente por ser a prova de downhill que mais público atrai. Isso para os atletas é uma coisa muito louca, porque em nenhum lugar eles descem e têm tanta gente gritando, olhando, fotografando”, comenta Ivandro Mano da Silveira, representante da IGSA.
Recordes extraoficiais de velocidade máxima foram de 136 km/h na stand up (em pé), 138 quilômetros por hora (km/h) na categoria street sled (deitado com peito para baixo) e 141 km/h na street luge (deitado com peito para cima).
“Todos os competidores que estão aqui são bons. Aqui não há espaço para amadores. O esporte é de alta velocidade e de alto risco”, destaca Moisés Blume, da Askavata.
Conforme os competidores, a pista é uma das mais temidas do mundo. Inclinação, curvas e asfalto irregular, que diminui a aderência das rodas, tornam as descidas ainda mais difíceis. Essa foi a primeira vez que as baterias foram feitas por quatro atletas ao mesmo tempo, o que aumenta a rapidez em razão do vácuo e os riscos de colisões. Em razão de a pista estar molhada por causa da chuva de sábado, o percurso foi diminuído de 1,8 para 1,2 quilômetro para dar mais segurança.
A etapa contou com a participação de atletas da Malásia, Angola, Áustria, Holanda, Venezuela, Peru, Chile, Argentina, Uruguai e Brasil. Foram disputadas as categorias downhill open, feminino, júnior 1, júnior 2, máster, grandmaster, street luge, street classic, street sled e in-line.
Na categoria principal (open), quatro brasileiros ficaram no topo do ranking: Bernardo Brambilla (1º), Bruno Spengler (2 º), Douglas Dalua (3º) e Yan Bertinati (4º).
Superação
Patinador in-line faz 26 anos, Leandro Pessoa viajou de Belo Horizonte (MG) para realizar o sonho de descer “a ladeira mais insana do planeta.” Segundo ele, o esporte proporciona a superação de limites, e o espírito esportivo deve ser celebrado por todos, praticantes ou não. “Aqui não tem campões e perdedores, todos somos campeões”, afirma.
Natural de Luanda, na Angola, Áureo Cristiano mora em Criciúma (SC) faz seis anos. Essa foi a segunda vez que participou da prova. “Eu estive aqui e jurei que não viria mais. Mas este ano tive que vir para sentir Teutônia no sangue, resgatar toda a energia de atleta que Teutônia oferece”, ressalta. Para ele, a pista exige o máximo dos competidores. “Tudo aquilo que a gente sabe de conhecimento técnico e pessoal, essa ladeira pede.”
Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br