“Precisamos ter equilíbrio  entre custo, demanda e oferta”

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“Precisamos ter equilíbrio entre custo, demanda e oferta”

O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra, falou sobre o agronegócio em evento realizado na Univates para comemorar os 40 anos da Associação dos Médicos Veterinários do Vale do Taquari (Amvet)

“Precisamos ter equilíbrio  entre custo, demanda e oferta”

Convidado especial da Amvet, Francisco Turra falou sobre o tema “Agronegócio – Desafios e oportunidades de nossas carnes no mercado global” em evento realizado na Univates no dia 10. Tratou das metas, perspectivas e estratégias para garantir o crescimento equilibrado do setor de proteína animal. “O desafio maior é manter a competitividade e o status sanitário. A cautela deve, sempre, ser a palavra-chave na estratégia de quem produz alimentos”, reforça.

O consumo de proteína per capita é de 75 quilos por ano. A produção de aves e suínos chega a R$ 80 bilhões, gerando 4,1 milhões de empregos.

Segundo o presidente da Amvet, Gilberto Moacir da Silva, a categoria é uma das principais envolvidas na cadeia produtiva de aves e suínos da região, sendo responsável por boa parte dos empregos gerados no campo.

Quais os desafios e as oportunidades no mercado global de carnes?

Francisco Turra – A preservação do status sanitário (somos o único grande produtor a nunca registrar casos de influenza aviária) e da competitividade. Somos um dos mais competitivos produtores mundiais, graças à farta oferta de insumos. Temos empresas globais arrojadas, altamente profissionalizadas. Para o setor de suínos, a abertura da África do Sul, Coreia do Sul, quarto maior importador mundial de suínos, e nosso vizinho Peru são fatos positivos. México, União Europeia e determinados da Ásia estão no radar. Em aves, em breve, a Indonésia deve gerar boas perspectivas. E temos mercados em negociação, como Vietnã, Camboja e Taiwan. A Mongólia já compra de nós. Hoje temos 160 mercados abertos para aves e 70 para carne suína.

O que os produtores de frango e suínos podem esperar do futuro?

Turra – Os indicadores globais apontam para um aumento no consumo de proteína animal, especialmente em nações com sólido crescimento econômico e consequente incremento da renda da população – notavelmente na Ásia. Com mais renda, a tendência é de que o carboidrato seja substituído, na dieta, pela proteína animal. Nesse contexto, como um produto sem qualquer tipo de restrição religiosa, a carne de frango tende a ganhar espaço, especialmente por ser mais acessível. Por outro lado, grandes produtores de carne suína, como a China, indicam retração nos níveis de produção, uma consequência direta da urbanização da população. Fatores como esses apontam o protagonismo cada vez maior que o Brasil deve assumir mundialmente. Conforme a FAO, 40% do crescimento da produção mundial de alimentos terá como origem os campos brasileiros.

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Quais as carnes preferidas do brasileiro?

Turra – A carne de frango é a favorita do cardápio. Consumimos em média 41 quilos. São cerca de 30 quilos de carne bovina e 14,4 quilos de carne suína. Há bastante espaço para o crescimento dessa proteína. Estimulamos o consumo por meio de campanhas de conscientização. O consumo de ovos é incentivado – 190 unidades per capita. No México, beira 400 unidades.

Considerações finais

Turra – Temos produtos da mais alta qualidade, validados pelo sistema de mais de 160 países. Nossa estrutura produtiva é robusta e confiável. Respaldado pela reação técnica apresentada pelo Ministério da Agricultura e pela nota emitida pela própria Polícia Federal, validando a qualidade da proteína animal produzida pelo Brasil, partimos para apresentar ao mundo a verdade que todos os que atuam no setor sabem: nossa proteína é uma das melhores do mundo.

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