A Semana Internacional de Não Violência Contra a Mulher será marcada também no cenário cênico de Lajeado. A peça As Mãos de Eurídice é atração no palco do Sesc amanhã, 23, a partir das 20h.
Após o monólogo, haverá debate sobre o tema, com mediação do Tônias Coletivo de Mulheres e participação de autoridades da região. A promoção é da Rede de Enfrentamento à Violência de Lajeado. Ingressos antecipados custam R$ 20; na hora, R$ 30. Mulheres que levarem um homem pagante têm entrada gratuita.
O ator e sociólogo Antônio Lopes dará vida ao personagem Gumercindo Tavares, que volta para casa depois de ter perdido tudo o que tinha em uma aventura com a amante e encontra vestígios do que se passou em sua ausência. Considerado o primeiro monólogo montado no Brasil, estreou em 1960, no Rio de Janeiro, e teve sucesso imediato, com destaque inclusive na Broadway.
Lopes apresenta a peça desde 2005. O roteiro foi adaptado para ter mais interação com o público durante a uma hora de apresentação. Ele assistiu à versão com texto original na década de 1980, em Montenegro e, após algumas análises, percebeu que o machismo da relação é a base da tragédia. “Comecei a pensar: esse cara está culpando a mulher de tudo, mas foi ele que construiu sua ruína.”
O objetivo, segundo ele, é mostrar a questão de forma indireta. “O texto é extremamente machista. Eu vou mostrar de uma forma tão escancarada que não tem como as pessoas não perceberem a vitimização desse homem sobre aquilo que ele mesmo buscou.”
A trama conversa com fatos da atualidade. O espectador poderá notar a evolução da esposa, que se casou muito jovem e insegura, em uma mulher que adere à cultura e muda a percepção em relação a si mesma.
Após a apresentação, participam do debate a titular da Delegacia da Mulher de Lajeado, Márcia Benini; a vice-presidente da Casa de Passagem do Vale, Denise Muller Arruda; e o coordenador do curso de Design da Univates, Rodrigo Brod.
Saiba mais
O que: As Mãos de Eurídice
Quando: Amanhã, 23, às 20h
Onde: Teatro do Sesc, Lajeado (R. Silva Jardim, 135)
Quanto: R$ 20 (antecipado), R$ 30 (no local). Integrantes da Rede de Enfrentamento À Violência e comerciários pagam meia-entrada. Mulheres acompanhadas de um homem pagante, não pagam.
Gesiele Lordes: gesiele@jornalahora.inf.br
