Menor oferta de uva no parreiral

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Menor oferta de uva no parreiral

Ausência de frio, chuvas em excesso, geada e altas temperaturas influenciam nos resultados da produção e comprometem 30% da safra das variedades precoces, cuja venda começa esta semana. Quilo está cotado em R$ 4

Menor oferta de uva no parreiral

A família De Nadal, de Muçum, inicia a colheita da uva na próxima semana. Com três hectares de parreirais, das variedades niágara rosa e vênus, de ciclo precoce, a safra será antecipada devido às oscilações meteorológicas.

A ausência de frio no inverno resultou em menos gemas produtivas. “Estimamos uma quebra de até 30%. A qualidade é inferior”, lamenta Roberto, 50. Conforme ele, o ideal é ter até 400 horas de frio para garantir a boa dormência das videiras.

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No entanto, foram registradas apenas 130 horas, insuficiente para a planta descansar e recuperar todo potencial produtivo. “A brotação foi antecipada. O calibre das frutas é menor, embora o sabor e a doçura estejam ótimos”, revela ao provar alguns cachos.

 

O preço agrada. Enquanto na safra passada o quilo estava cotado a R$ 2,50, este ano chega a R$ 4. “Compensa em parte a redução da fruta nos parreirais”, afirma.

O técnico da Emater Jairo Bellini está preocupado. Segundo ele, as oscilações meteorológicas anteciparam a safra em pelo menos 20 dias, em comparação aos ciclos anteriores. “Tivemos pouco frio e, aliado ao uso de produtos para quebrar a dormência das plantas, o ciclo foi reduzido. Embora a qualidade esteja boa, teremos menos oferta. Corremos o risco de nem ter uva para a abertura oficial da colheita”, prevê.

A 9a edição do evento ocorre no dia 17 de dezembro, a partir das 8h30min, no centro, com participação de agroindústrias. Muçum conta com cerca de 35 produtores. De acordo com estimativa da Emater, serão colhidas em torno de 500 toneladas. A maioria é de ciclo precoce, o que possibilita antecipar a colheita e receber remuneração melhor.

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Menos gemas produtivas 

Conforme o técnico em Fruticultura da Emater Regional de Lajeado, Derli Bonine, neste ciclo houve insuficiência de frio nos meses de junho e julho. Já as altas temperaturas foram prejudiciais em relação ao desenvolvimento e sanidade dos vinhedos. “Tivemos menor número de gemas frutíferas produtivas e isso pode influenciar em uma oferta mais reduzida”, aponta.

Bonine diz que a safra dificilmente alcançará os números da anterior, considerada a maior da história. No entanto, se comparada com a média dos últimos dez anos, poderá ser superior. “Como a última safra foi muito boa, os estoques de vinho e suco foram renovados. Então, se a colheita for boa, os preços tendem a ser menores”, projeta.

No Vale do Taquari, existem 522 produtores. A área cultivada chega a 1.033 hectares, cuja produção alcança 19,7 mil toneladas.

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