Escoteiro faz 26 anos, Rodrigo Dias, 33, destaca a importância que a atividade tem na formação das crianças e jovens que participam. Integrante do Grupo Tibiquary, iniciou com 6 anos.
• Por que você decidiu procurar o escotismo?
Foi a curiosidade de ver os meus vizinhos uniformizados de Lobinhos (uma das seções do movimento escoteiro) que me fez procurar o escotismo.
• De que forma o escotismo ajuda na formação do indivíduo e na vida profissional?
De várias formas. Com o escotismo, aprendi a ter menos vergonha de emitir minhas opiniões; de me apresentar em público; de não ter medo de coisas diferentes (como me mudar de cidade, por exemplo); a usar a criatividade para enfrentar os desafios; e principalmente a ajudar os outros quando têm necessidade, sem pedir nada em troca.
• Qual o propósito do escotismo?
Muita gente confunde o escotismo com “viver no mato”. É muito mais do que isso. Tudo o que é ensinado no movimento escoteiro ajuda a formar a cidadania de cada um. Pelas atividades, mesmo que de forma implícita, a gente aprende sobre a importância de ajudar o outro; que, quando a gente trabalha em grupo, as coisas são realizadas com mais facilidade; além de ajudar a desenvolver habilidades que as pessoas desconhecem.
• Vale a pena ser escoteiro?
Olha, depois de quase três décadas, sou suspeito para falar. Acredito que sim, vale a pena ser escoteiro. Mas, para isso, a pessoa tem que querer ser escoteiro. Não pode ser nada forçado.
• O escotismo continua relevante hoje?
Muito. Porque no escotismo a gurizada tem uma outra forma de realizar trabalhos sociais, conforme a faixa etária. Ele realmente ajuda na formação de caráter e de cidadania.
• Quando falamos em escoteiros, logo nos lembramos de crianças e jovens, o que te faz permanecer como escoteiro?
O que pouca gente sabe é que o escotismo é feito por adultos voluntários, que acabam fazendo o papel de “chefe escoteiro” (instrutores da criançada). Como eu pertenço ao movimento desde os 6 anos e meio, depois dos 21 anos, tive a oportunidade de repassar aos jovens aquilo que outros adultos voluntários fizeram quando eu era criança e adolescente. Romanticamente, seria como ajudar a gurizada a ser cidadã e manter o legado proposto pelo fundador do escotismo, o Baden Powell, lá em 1907.
Ezequiel Neitzke: ezequiel@jornalahora.inf.br