A tendência de famílias com menos integrantes é fruto dos novos tempos. Tem relação com a exigência de mais com menos, de aproveitamento do tempo e do pensar a carreira profissional.
O mundo do trabalho sente esse impacto. Tanto no campo como na cidade, cada vez menos interferência humana e mais tecnologia. Máquinas substituem aquela mão de obra com menos qualificação. Processo avançado na Europa e cada vez mais presente no Brasil.
Os casais, cada vez mais, optam por menos filhos. Esse comportamento típico dos centros urbanos chega ao interior. No Vale, como consta em reportagem publicada pelo A Hora no fim de semana, houve uma queda de 3,8% nos nascimentos entre 2015 e 2016.
Sob essa perspectiva, cabe destacar que a região ainda goza da tranquilidade das cidades de pequeno e médio porte. As famílias dispõem, pelo menos em tese, de mais tempo para atividades juntas e de mais qualidade de vida.
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Em uma análise macro, do ponto de vista do futuro da nação, significa dizer que o país está envelhecendo e mais rápido do que se esperava. Até 2050, a previsão é de que o total de idosos chegue a 30% da população, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). Hoje está próximo dos 13%. Já no Vale, de acordo com o IBGE, pessoas acima dos 60 anos correspondem a mais de 20% dos habitantes nas 38 cidades.
Frente à estimativa do IBGE de que o total de idosos tende a triplicar nos próximos 40 anos, é imperioso estabelecer políticas públicas direcionadas. Seja no atendimento diferenciado em saúde, em programas de bem-estar, lazer e entretenimento, ou mesmo na formação profissional e na geração de postos de trabalho para esse público.
O perfil do aposentado também será outro. A cada ano, cresce a importância desse grupo. Os idosos movimentam mais de R$ 1,8 bilhão na economia gaúcha por mês. Muitas vezes, são os chefes da família.
Outro desafio se abre à gestão pública. Com as mudanças etárias, o país deve passar por profundas transformações socioeconômicas. A Previdência Social tende a sucumbir. Em meio ao momento de instabilidade no país, em que há uma reforma em curso no Congresso, urge a necessidade de envolvimento e participação social no debate e na vigilância sobre os rumos do sistema previdenciário.
Editorial
País mais velho
A tendência de famílias com menos integrantes é fruto dos novos tempos. Tem relação com a exigência de mais com menos, de aproveitamento do tempo e do pensar a carreira profissional. O mundo do trabalho sente esse impacto. Tanto no…