A história da família Heineck e de seus 80 anos de dedicação à fabricação de doces é contada no livro Doces Sonhos que Embalamos. A publicação alusiva aos 25 anos da Docile foi lançada na quinta-feira à noite, 16, em coquetel na sede da empresa.
Escritas por Charles e Tânia Tonet, as 168 páginas remontam desde a história da fabricação de açúcar no Brasil, passando pelo desenvolvimento das indústrias de balas, a criação da primeira fábrica da família, de Natalício Heineck, até chegar ao desenvolvimento da Docile.
De acordo com a escritora Tânia, o trabalho trouxe a oportunidade de conhecer a família e descobrir a história de uma empresa sólida e que trabalha com um produto especial. “Para fazer doces é preciso ter sensibilidade.”
Conforme o diretor de compras e marketing da Docile, Ricardo Heineck, a ideia de produzir o livro se deu para que a história não fosse perdida com o tempo. Também foram resgatadas as peças e equipamentos antigos utilizados pela família.
Para ele, os desafios são o principal estímulo para seguir em frente no cotidiano da organização. “Muita gente nos ajudou a construir a Docile de hoje, onde mais 800 pessoas tiram o seu sustento.”
Histórias de empreendedorismo
Diretor industrial da Docile, Fernando Heineck ressalta os fatos que compõem a publicação, como as dificuldades enfrentadas para encontrar a melhor fórmula para os sucos. Segundo ele, a empresa recorreu ao aromista Dietrich Hufenüssler.
“Para testar o sabor, nós tomávamos um copo inteiro de suco, e o seu Diedrich nos mostrou, com a sua expertise, que deveríamos testar apenas algumas gotas na língua”, recorda.
Patriarca da família, Nestor Heineck falou sobre os tempos em que saía para vender guloseimas com o pai, Natalício, aos armazéns de secos e molhados da região.
Em uma das ocasiões, foram à localidade de Travesseiro, na época pertencente a Arroio do Meio. “Quando chegamos no primeiro armazém, o proprietário logo disse que não iria comprar nada, pois outros três vendedores já haviam passado antes.”
Apesar de não ter realizado nenhuma venda no dia, lembra, o pai disse ao comerciante que estava de passagem apenas para cumprimentá-lo, pois já havia vendido todo o estoque. “Falou que poderia mostrar os doces, e que até dava para vender uma ou duas latas. Após a sexta lata vendida, foi embora.”
Nestor ficou intrigado com a atitude do pai, pois o estoque ainda era grande. Porém a cena se repetiu nos outros armazéns até todas as latas de bala serem vendidas.
“Meu pai era um grande vendedor, pois tratava muito bem as pessoas e sempre teve bons relacionamentos comerciais baseados na confiança.”
Pesquisa aprofundada
O livro foi produzido pela empresa Três Tempos Memória Corporativa. As pesquisas e entrevistas levaram cerca de um ano.
O projeto foi viabilizado por meio da Lei Rouanet, por intermédio da produtora Nacional Planejamento Culturais e teve patrocínio das empresas Duas Rodas e Ingredion, ambas fornecedoras da Docile.
A obra é ilustrada com imagens do Arquivo Histórico de Lajeado, do acervo da empresa e do fotógrafo Leopoldo Plentz. O texto também ganhou versão em inglês, publicada nas últimas páginas da edição, com tiragem de dois mil exemplares. Parte dos livros será doada a bibliotecas públicas, escolas e universidades.
Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br