O operador de máquinas Marcos Lorensini, 39, é um dos fundadores do Clube de Astrônomos Amadores de Lajeado e Vale do Taquari. O envolvimento começou faz uma década, quando assistiu a uma reportagem sobre um grupo de Santa Maria que construía telescópios.
• O que você aprendeu vai muito além do Cruzeiro do Sul e das Três Marias?
Percebi que existem informações que os cientistas colocam para chamar a atenção, mas daqui a pouco a ciência descobre que são apenas teorias. Aprendi que essa integração do clube forma uma unidade muito grande. Fiz muitos amigos, com ideias diferentes. Também construí dois telescópios – faço parte do Clube de Construtores Amadores de Telescópio. No primeiro, investi R$ 1 mil; se fosse comprar hoje, custaria uns R$ 3 mil. E no outro, investi R$ 2,5 mil; se fosse comprar, sairia uns R$ 8 mil.
• O que existe de mais fantástico no universo?
A gravidade. As coisas estão unidas de tal forma que se essa união for perturbada uma catástrofe muito grande aconteceria com o nosso planeta. Fico abismado em pensar que existe um buraco negro no centro da nossa galáxia que está sugando tudo e nós estamos girando ao redor desse buraco porque a gravidade nos mantém em órbita.
• Você acredita em vida extraterrestre?
Se uma civilização que tenha os mesmos recursos estiver a cem anos de distância, vamos enviar um sinal, daqui a cem anos eles vão receber e daqui a cem anos vamos ter resposta. Dizer que não existe vida fora da Terra seria muito pessimista. Mas essas distâncias e o tipo de civilização que possam existir ainda não permitem comunicação.
• Conhecimento é sinônimo de felicidade?
Se buscar o conhecimento dentro daquilo que realmente quer saber, com certeza será mais feliz. Seja na ciência, religião ou em qualquer assunto que te faça melhor como ser humano.
• “Este é um pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade”. Qual outro feito mereceria essa frase?
Quando as pessoas perceberem que o individualismo não é o caminho. Será um grande feito. Quando o homem perceber que a natureza é a casa dele, começar a desenvolver tecnologias que possa melhorar a vida do planeta, vai merecer essa frase.
• O que é preciso para ser um astrônomo amador?
Interesse. Há vários aplicativos e programas de observações on-line. Os mais entusiastas, podem participar dos encontros.
Gesiele Lordes: gesiele@jornalahora.inf.br
