A comunidade de Encantado, faz meses, promove debates em torno da praça de pedágio instalada na ERS-129, uma das três que cercam as rodovias estaduais do Vale do Taquari.
Nessa segunda-feira, líderes políticos e comunitários se reuniram em audiência pública para encontrar saídas para diminuir o impacto econômico. Nenhum representante da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) atendeu ao convite da organização do evento.
A insatisfação com a EGR é antiga. Desde a sua fundação, os investimentos ficam abaixo do prometido e, especialmente, do aguardado pela população. O enfraquecimento dos Conselhos Regionais do Pedágio (Corepes) aumentou a distância entre as regiões pedagiadas com a direção da estatal. Com o recente acréscimo na tarifa (de R$ 5,20 para R$ 7) o descontentamento se propagou ainda mais.
A revolta e irritação flagradas na audiência pública dessa segunda-feira levaram os líderes locais a uma decisão mais extremista. Decidiram construir uma estrada paralela à ERS, servindo de desvio do pedágio. Desde ontem, representantes do município alinham com produtores das imediações da praça a cedência de área de terra para a abertura da rua.
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A decisão tomada pela comunidade de Encantado mostra a fragilidade e a falta de clareza no propósito da EGR. Os milhões arrecadados todo mês nas tarifas estado afora não são aplicados em obras estruturais nas rodovias. Nem mesmo para manter as estradas em condições adequadas de trafegabilidade e segurança. Buracos, desníveis e má sinalização são permanentes em todas as rodovias sob responsabilidade da EGR.
Quando criada a estatal, o governo prometera mais eficiência e melhor aplicação do dinheiro pago pelos motoristas. Passados cinco anos, a insatisfação com a gestão da EGR e, principalmente com a falta de execução de obras, continua alimentando críticas entre os gaúchos.
Em vez de ser uma garantia de pavimento qualificado, de estrada segura e de obras constantes, a Empresa Gaúcha de Rodovias se transformou em mais uma dor de cabeça para a população. Serve muito mais de cabide de emprego e trampolim político do que para melhorar a infraestrutura viária do estado.
