Comunidade sugere construir desvio do pedágio

Encantado - INSATISFAÇÃO COM A EGR

Comunidade sugere construir desvio do pedágio

Medida parte de audiência pública realizada no Legislativo nessa segunda

Comunidade sugere construir desvio do pedágio
Encantado

A má conservação das ERS-129 e 130, a falta de obras estruturais, o atraso no desenvolvimento local e o recente aumento da tarifa fazem a comunidade tomar medidas.

Audiência pública realizada nessa segunda-feira reuniu líderes políticos, comunitários e usuários das rodovias. Entre as decisões encaminhadas, a abertura de uma nova estrada paralela à ERS, que servirá para desviar do pedágio.

O encontro foi realizado na sede do Legislativo de Encantado e reuniu representantes de vários municípios. Nenhum representante da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) atendeu ao convite dos organizadores.

Os proponentes da reunião foram os vereadores Marino Deves (PP) e Luciano Moresco (PT). Para Deves, o pedágio prejudica todos os setores da economia do município. Hoje, conforme o parlamentar, a comunidade “mendiga” a realização de tapa-buracos, além de a via estar mal sinalizada e insegura. “Não está funcionando e dividiu a comunidade de Palmas do restante do município. Temos que nos rebelar. Essa praça de pedágio não pode continuar do jeito que está. É ineficiente e não atende aos propósitos pelos quais foi instituída”, desabafa.

Moresco, que também foi presidente do Conselho Comunitário da região das Rodovias Pedagiadas (Corepe) por dois anos, ressaltou a preocupação unânime da casa em debater o assunto e buscar soluções.

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Segundo ele, na fundação da EGR e dos Corepes, a intenção era a criação de pedágios comunitários. Havia reuniões mensais para definição das prioridades e melhorias a serem feitas. O vereador salienta ainda que essa relação se perdeu com o passar do tempo, principalmente na gestão atual do governo estadual.

Ao final da reunião, o vice-prefeito de Encantado, Enoir Cardoso, disse que o Executivo já conversa com os proprietários da terra de Palmas, para ver a possibilidade de cedência de terras para a abertura do desvio, e também com o jurídico da prefeitura.

Outra ideia será o encaminhamento de desapropriação das terras. “Vamos abrir sim o desvio na lateral. Precisamos continuar essa batalha. Estamos lutando por nossa comunidade”, destaca.

O presidente da Associação dos Vereadores do Vale do Taquari (Avat) e vereador de Muçum, Adair Villa (PSDB), reiterou o apoio da entidade. Também será buscado colaboração da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat).

Município negocia com proprietários de terras vizinhas ao pedágio autorização para passar a nova estrada

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Desmonte

O ex-vereador e presidente do Corepe, Jonas Calvi, salientou que a EGR foi construída com a participação popular, havia reuniões mensais e cada município indicou as dificuldades para a realização de obras grandes e pequenas. Porém, segundo ele, neste ano, na véspera de Carnaval, dois decretos tiraram a autonomia dos Corepes.

“O que chamou a atenção foi como se chegou ao valor de R$ 7. O Conselho de Administração é tão autoritário que é só com integrantes do Governo do Estado. Não há discussão e contraponto da sociedade e do Corepe. Simplesmente teve o aumento e a gente está nessa situação”, lamenta Calvi.

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Prejuízos

Conforme o presidente da comunidade de Linha Palmas, morador da localidade e secretário da Agricultura, Joel Bottoni, a comunidade que fica do lado de Arroio do Meio é prejudicada com o pedágio. “Inclusive nas festas comunitárias, onde há baixa participação”.

A empresária e representante da Associação Comercial e Industrial de Encantado (Aci-e), Renata Galioto, questionou as altas taxas de impostos, além do custo do pedágio para as empresas. “E o governo onde está nesta história? Nós vamos lutar e apoiar o desvio do pedágio. Não sobrou outra alternativa para a gente”, lamenta.

O vice-presidente do Conselho da Administração da Dália Alimentos, Pasqual Bertoldi, mencionou que o custo mensal da cooperativa no pagamento de pedágio na praça de Encantado é de R$ 190 mil. Segundo ele, a reclamação de quem faz a entrega da matéria-prima é o pedágio e muitos preferem atender outras empresas.

EGR se defende

Por meio de nota, a EGR informa que há contratos de manutenção em vigência para as duas rodovias. Para a ERS-130, existe contrato assinado com a empresa Conpasul, por meio do qual serão investidos mais de R$ 6 milhões. Para a ERS-129, há contrato com a empresa Encopav, para investir cerca de R$ 10 milhões.

Segundo a concessionária, no momento, estão sendo feitos projetos de melhorias das rodovias, bem como a sinalização horizontal e vertical de todas elas.

Cita as melhorias já implementadas, como a construção do trevo de acesso a Encantado, no Posto Peteba, além de diversas obras de restauração.

Gisele Feraboli: gisele@jornalahora.inf.br

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