Dividido em dez narrativas, o livro Grandes Encontros: Veredas torna pública parte da vida de imigrantes residentes no Vale do Taquari. A iniciativa surgiu do projeto de extensão da Univates Veredas da Linguagem, no qual professores, acadêmicos de Letras e voluntários dão aula para os estrangeiros semanalmente, em uma sala do colégio Castelo Branco.
Essa rotina se repete desde 2014. Segundo a coordenadora das atividades, a professora Grasiela Kieling Bublitz, as aulas são planejadas sob orientação de professores e buscam abordar atividades do cotidiano que exigem o uso da língua portuguesa, como ir ao posto de saúde, fazer compras, elaborar uma carta de apresentação.
A docente comenta que o grupo inclui alunos vindos de diversos países. São homens, mulheres e até crianças que acompanham os pais nas aulas. Neste ano, a turma teve, principalmente, haitianos, senegaleses, bengalis e beninenses. “A obra quer mostrar as diferentes trajetórias dessas pessoas e também dar maior visibilidade a essa comunidade que precisa ser acolhida pela sociedade da região”. Ela acredita que o livro poderá sensibilizar os leitores e promover a valorização desses imigrantes “que tanto lutaram e lutam pela conquista de seu espaço.”
Conforme Grasiela, cada um dos autores dialogou com algumas das famílias de imigrantes na busca de uma aproximação com a história de vida dos protagonistas. “Assim como nossos antepassados vieram para cá e conquistaram seu espaço, a gente tem um nova demanda hoje e a comunidade deve estar aberta a essa inserção”, afirma a professora.
A iniciativa foi viabilizada por meio de parceria entre a universidade e a Secretaria de Cultura e Lazer de Lajeado. Até o fim do ano, 500 exemplares devem ser disponibilizados na forma impressa. A partir daí, a obra passa a fazer parte do acervo das bibliotecas escolares municipais, como material de estudos para futuras pesquisas estudantis. Enquanto isso, a obra já pode ser conferida em www.univates.br/editora-univates/e-books.
Além de Grasiela, organizaram a publicação as docentes Kári Forneck, Maristela Juchum e Rosiene Haetinger. A ideia, a partir de agora, é lançar uma obra por ano. A próxima edição deve dar foco ao trabalho realizado no Presídio Feminino de Lajeado, onde, por meio do eixo linguagem e corporeidade, estão sendo promovidas oficinas de dança.
Gesiele Lordes: gesiele@jornalahora.inf.br