Gordura no fígado: fique atento ao perigo

Fala, Doutor

Gordura no fígado: fique atento ao perigo

Órgão exerce mais de 500 funções fundamentais para o organismo. Esteatose hepática atrapalha rotina e causa transtornos

Gordura no fígado: fique atento ao perigo

Também conhecida por doença hepática gordurosa, gordura no fígado ou fígado gorduroso, a esteatose hepática é uma condição cada dia mais comum, que pode se manifestar também na infância e atinge mais as mulheres. A estimativa é que 30% da população apresente o problema e que cerca da metade dos portadores possa evoluir para formas mais graves da doença.

As esteatoses hepáticas podem se classificadas em alcoólicas – provocadas pelo consumo excessivo de álcool – e não alcoólicas. Sobrepeso, diabetes, má nutrição, perda brusca de peso, gravidez, cirurgias e sedentarismo são fatores de risco para o aparecimento da mazela.

A administradora Joice Machado Benovitt, 28, de Marques de Souza, sofreu com gordura no fígado. Ela conta que tudo começou de forma silenciosa. O primeiro sintoma foi uma fadiga extrema. “Além de cansada, quando comia algo que fosse doce ou então forte de tempero, ficava muito estufada”, relembra.

Antes de ter o diagnóstico de esteatose hepática, Joice levou um susto maior. “Uma médica me afirmou que era câncer no fígado, fiquei desesperada e procurei um especialista no HBB”, afirma. O diagnóstico de câncer foi negado e, após exames mais detalhados, a administradora descobriu que tinha gordura no fígado.

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Sintomas

Nos quadros leves de esteatose hepática, a doença é assintomática. Os sintomas aparecem quando surgem as complicações. Num primeiro momento, as queixas são de dor, cansaço, fraqueza, perda de apetite e aumento do fígado.

Em estágios mais avançados de esteato-hepatite, caracterizados por inflamação e fibrose que resultam em insuficiência hepática, os sintomas mais frequentes são o acúmulo anormal de líquido dentro da cavidade abdominal, encefalopatia e confusão mental, hemorragias, queda no número de plaquetas e icterícia.

Diagnóstico

Com frequência, nas fases iniciais, o diagnóstico da esteatose hepática gordurosa não alcoólica é feito por meio de exames de rotina laboratoriais ou de imagem. Uma vez detectada a alteração, é indispensável estabelecer o diagnóstico diferencial com outras hepatites, ou doenças autoimunes e genéticas, ou pelo uso de drogas, uma vez que a enfermidade não apresenta um quadro clínico característico.

Surgindo a suspeita, o importante é levantar a história do paciente que deve passar por minucioso exame físico e submeter-se a exames de sangue para medir os níveis das enzimas hepáticas. Embora a ultrassonografia, a tomografia e a ressonância magnética sejam muito úteis para avaliar possíveis alterações no fígado, há casos em que a confirmação do diagnóstico depende de biopsia.

O exame mais importante para diagnóstico da enfermidade é a elastografia transitória, um método não invasivo e indolor que mede a elasticidade do tecido hepático e a quantidade de gordura acumulada no fígado.

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Tratamento

Não existe um tratamento específico para o fígado com excesso de gordura. Ele é determinado de acordo com as causas da doença, que tem cura, e baseia-se em três pilares: estilo de vida saudável, alimentação equilibrada e prática regular de exercícios físicos.

São mais raros os casos em que a medicação é necessária. Joice precisou de muitos remédios para tratar a doença e até hoje cuida do que come. “Azia, por exemplo, faz parte da minha rotina”, atesta.

Recomendações

Algumas medidas são indispensáveis para prevenir o acúmulo de gordura no fígado ou para reverter o quadro já instalado:

• Esteja atento às medidas da circunferência abdominal, que não devem ultrapassar 88 cm nas mulheres e 102 cm nos homens

• Procure manter o peso dentro dos padrões ideais para sua altura e idade, mas cuidado. Dietas restritivas que provocam emagrecimento muito rápido podem piorar o quadro

• Beba com moderação durante a semana e nos fins de semana também

• Restrinja o consumo dos carboidratos refinados e das gorduras saturadas. Substitua esses alimentos pelos integrais e por azeite de oliva, peixes, frutas e verduras

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