Na zona sul de Lajeado, cerca de quatro mil jovens e crianças, dos 5 aos 19 anos não têm ocupação no contraturno escolar. Formada pelos bairros Jardim do Cedro, Conservas, Morro 25, Santo Antônio e Nações, a região ocupa 10% do território municipal e concentra mais de 30% dos 80 mil habitantes da cidade. O levantamento, realizado pelo Conselho Deliberativo da Associação de Assistência à Infância e à Adolescência (Saidan), motivou a entidade a pensar em uma alternativa.
Assim, teve início o projeto de um centro socioeducacional, para oferecer atividades no contraturno escolar a alunos dos cinco bairros, incluindo os menores que vivem nas casas-lares
Segundo o presidente da Saidan, Jorge Felipe Eckert, 2,6 hectares estão disponíveis para o centro.Dois pavilhões devem ser reformados. Um será usado como academia, para atividades físicas. Outro abrigará as salas de aula, refeitório e banheiros. Serão cinco eixos trabalhados nas ações: expressão corporal, reforço escolar, meio ambiente, tecnologia e especialização profissionalizante.
O primeiro inclui teatro, música, esportes, folclore e dança. O segundo visa auxiliar os alunos com os temas escolares, além de estimular o raciocínio lógico por meio de jogos de tabuleiros. As atividades relacionadas ao meio ambiente envolvem práticas agrícolas, montagem de composteiras e aproveitamento de água da chuva. No eixo tecnológico, os alunos usariam sucatas para montar inventos. Além disso, tanto estudantes quanto pais teriam oficinas de informática.
Profissionalização
Já a profissionalização deve ser implantada em uma fase mais avançada do projeto. O objetivo é empregar áreas do conhecimento em respostas às demandas do mercado. “É para essa gurizada não chegar nos 18 anos sem ter uma preparação.”
O projeto ainda está em fase de finalização, mas a intenção é de selecionar jovens e crianças em idade escolar e que comprovem frequência nas aulas. Também deve ser solicitado comprovante de renda familiar, para definir se o aluno terá acesso gratuito ou se pagará uma taxa.
Eckert explica que estão sendo estudadas duas possibilidades de implantação do projeto. Uma prevê que seja feito por partes. Cada módulo seria aplicado de acordo com a entrada de recursos e da disponibilidade de voluntários.
Outra possibilidade é conseguir grandes patrocínios, a fim de instalar todo o centro de uma única vez. “Talvez a gente consiga sensibilizar uma empresa como a Ambev ou aqueles projetos da Unesco. Estamos trabalhando com várias hipóteses de buscar recursos fora e fazer o complemento com ajuda de empresas locais”.
A escolinha de futebol do Lajeadense deve ser a primeira atividade a sair do papel. A partir do dia 11, o time inicia a seleção dos alunos.
O projeto tem apoio do A Hora, Fruteira Degasperi e Airton Seguros.
Gesiele Lordes: gesiele@jornalahora.inf.br | Colaboração / Ezequiel Neitzke: ezequiel@jornalahora.inf.br