As aulas da Escola Estadual Presidente Castelo Branco serão retomadas nesta segunda-feira, 6. Após quase dois meses de paralisação, a maior parte dos professores voltará ao trabalho. Para recuperar as aulas perdidas, o ano letivo poderá se estender até fevereiro de 2018. As escolas Érico Veríssimo e Santa Clara, de Santa Clara do Sul, funcionam de modo parcial.
Conforme o coordenador do 8º Núcleo do Cpers, Gerson Luís Johann, parte dos docentes da rede estadual retornam às atividades devido aos avanços obtidos nas negociações com o governo. O compromisso assumido de não demitir servidores grevistas em contrato emergencial e a retirada da proposta de emenda constitucional da Assembleia Legislativa que tornava indefinido o dia de pagamento, entre outros, são considerados recuos por parte do Piratini.
“A gente tem uma avaliação muito positiva da luta dos professores. Nossa categoria apresentou um processo de resgate da nossa dignidade. O movimento colocou freios, impedindo que o governo aprovasse uma série de medidas que atacavam a classe trabalhadora”, destaca Johann. Segundo ele, a mobilização também despertou a consciência na sociedade sobre da falta de vontade política para resolver os problemas da área da educação.
O parcelamento de salários, atrasos nos pagamentos e a não garantia do 13º foram os principais motivos para a greve, iniciada em 5 de setembro. O movimento prepara novas reivindicações ao governo solicitando data definida para o pagamento do 13º e reposição salarial, após três anos sem reajuste.
Na quarta-feira, 8, membros do Cpers na região se reúnem em assembleia na escola Castelo Branco. O objetivo é definir posição que será levada ao próximo encontro estadual da entidade.
Governo condiciona pagamentos
No fim do mês passado, a governo estadual apresentou proposta ao Cpers pedindo o término da paralisação. Conforme o Piratini, os servidores podem voltar a receber os vencimentos em dia, a partir de 30 dezembro.
A confirmação depende, contudo, da venda das ações do Banrisul e da adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal dos Estados do governo federal. Em assembleia geral, o movimento decidiu manter a greve.
Pais pressionam
Em Lajeado, pais de alunos se mobilizam para pressionar pelo retorno do funcionamento integral das escolas. Uma comissão de pais de estudantes da Escola Érico Veríssimo foi formada. Nesta segunda-feira, 6, a comitiva se reunirá com professores, representantes da 3 ª Coordenadoria Regional de Educação e a direção da instituição, na sede do Ministério Público.
Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br
