O município retoma, neste mês, a segunda etapa das obras de asfaltamento da ERS -129 até Arroio do Ouro. A continuidade das atividades contrasta com a precariedade e a falta de manutenção de estradas como a de Novo Paraíso.
O trecho liga a Rota do Sol a Linha Wink e expõe a dificuldade dos municípios em manter vias do interior asfaltadas em boas condições. Para chegar até Linha Wink, os motoristas se deparam com uma série de buracos e desníveis ao longo do caminho.
A situação foi apontada por vereadores na sessão da câmara, durante encontro descentralizado na localidade. O vereador Norberto Fell (PPS) cobrou do município a destinação de pelo menos 2% do orçamento anual para aplicar na manutenção das estradas asfaltadas.
“Desafio a comunidade a pressionar por investimentos e melhorias nesta estrada. Infelizmente, hoje, as comunidades não fazem pressão necessária.” De acordo com ele, se o governo aplicasse R$ 3 milhões ao ano, seria possível recuperar cerca de três quilômetros. “Não vi obras de recuperação até aqui. Falta o mínimo de manutenção e uma operação para fechar os buracos.”
Estrada tem 20 anos
De acordo com um dos líderes comunitários, Hilário Feldens, o tráfego intenso de caminhões e a ação do tempo danificaram o trecho. “Esse é um asfalto forte. São caminhões carregados com leite, grãos, frangos e suínos que passam todos os dias e, esta estrada, recebeu asfaltamento faz cerca de 20 anos.”
Conforme o produtor rural, melhorias são solicitadas com frequência pelos moradores, mas neste ano não ocorreram ações de conservação no trecho. “Na frente da minha propriedade, tem um buraco enorme e já alertei, várias vezes, que algum acidente pode acontecer.”
Estrada requer novo asfalto
O secretário Cristiano Nogueira afirma que em 2014 foram feitas obras para recuperar o trecho. A última operação tapa-buraco ocorreu no ano passado. Até o fim de dezembro, não há manutenção agendada no cronograma do setor.
“No próximo ano, aquele trecho precisa inevitavelmente de novas ações. Aquele asfalto é muito antigo. A base é irregular e de má qualidade.” Na avaliação dele, para garantir qualidade ao trecho, é necessário refazer toda estrutura, mas não há recursos para isso.
Segundo Nogueira, o custo para uma operação simples, apenas de tapa-buraco, no local, teria um custo de R$100 mil. “Ali vai cerca de 250 toneladas de asfalto e o valor da tonelada é de R$ 330. É uma obra cara.”
Fundo financia conservação
O Fundo Municipal de Pavimentação financia as obras de melhorias e recuperação das estradas e ruas pavimentadas. Recursos oriundos da Contribuição de Melhorias, paga pelos moradores, alimentam esse fundo. O capital é gerido pela Secretaria de Planejamento.
Segundo Nogueira, o caixa está descapitalizado e deve voltar a receber recursos a partir de 2018, com ingresso de recursos oriundos das obras do PAC.
Cássia Paula Colla: cassia@jornalahora.inf.br