Campanha alerta para a pedofilia na internet

Estado

Campanha alerta para a pedofilia na internet

Criada pelo Ministério Público, ação visa prevenir a exposição de fotos íntimas

Campanha alerta para a pedofilia na internet
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A divulgação de imagens íntimas de crianças e adolescentes na internet motiva campanha do Ministério Público gaúcho. Intitulada Quando uma imagem vira pesadelo, a ação visa conscientizar jovens e pais sobre as consequências da exposição nas redes.

De acordo com o procurador-geral de Justiça do Estado, Fabiano Dallazen, a campanha foi motivada pelo aumento no número de pessoas que procuravam a promotoria, relatando casos de crianças com depressão e até mesmo automutilações motivadas pela exposição íntima na internet.

Segundo ele, as famílias dessas crianças se mostraram despreparadas para lidar com a situação, ou mesmo acompanhar as atividades dos filhos nas redes. De acordo com o procurador, diante de uma geração que já nasce conectada, a exposição pode ter consequências irreversíveis.

“Às vezes, com um clique impensado e aparentemente inofensivo, podemos ter transformada a vida de uma pessoa e de toda a família”, ressalta. Para Dallazen, os pais também precisam se conscientizar do dever de acompanhar o que os filhos acessam na internet.

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Na opinião do juiz da Infância e Juventude, Luís Antônio de Abreu Johnson, a campanha do MP é fundamental diante do acesso cada vez mais precoce às redes e mídias sociais. Lembra que os jovens ingressam em diversos aplicativos que os próprios pais desconhecem, e que podem levar a armadilhas.

“Nesse ambiente virtual, se encontra o pedófilo, que é um doente capaz de cometer crimes brutais”, aponta. Conforme o magistrado, alguns desses programas atraem em especial os pré-adolescentes, que não percebem quando estão diante de uma situação ameaçadora.

“Precisamos estar sempre vigilantes e esclarecendo os jovens”, ressalta. Conforme Johnson, o próprio controle da internet com relação às questões sexuais é muito frágil. Lembra que uma simples pesquisa no Google dá acesso a materiais pornográficos.

“É uma porta aberta não só para questões sexuais, mas para a violência de um modo em geral”, alerta. Conforme o juiz, os pais devem limitar a utilização da internet e ter controle sobre o que a criança ou o adolescente faz nas redes.

Sala especial

De acordo com o magistrado, o Fórum de Lajeado terá uma sala de escuta protegida para depoimentos de crianças e adolescentes vítimas de abusos. Segundo ele, nesse local, os jovens serão ouvidos por psicólogas treinadas para obter as informações sobre o ocorrido.

“Ser ouvida na sala de audiência na presença de advogados e do juiz pode constranger as crianças a falarem sobre o abuso, em especial em casos envolvendo familiares”, aponta. Conforme Johnson, as vítimas ficarão em um ambiente acolhedor, e conversarão com o profissional da psicologia em um bate-papo informal. Por meio de um ponto eletrônico, o juiz e os advogados podem encaminhar perguntas para o psicólogo e ouvir a fala da criança.

O juiz alega ter recebido mais de cem casos de abuso sexual familiar na vara da Infância e Juventude de Lajeado, e ressalta a dificuldade para colher os depoimentos das vítimas em uma audiência convencional.

Vídeo de divulgação

A campanha foi lançada oficialmente na manhã de ontem, em uma das salas de cinema do GNC Praia de Belas, em Porto Alegre. Na ocasião, foi exibido um filme publicitário produzido por alunos da ESPM sobre o tema.

A peça, com um minuto de duração, aborda a prevenção à postagem e compartilhamento de imagens íntimas de crianças e adolescentes. O vídeo será veiculado antes dos filmes nos cinemas da rede GNC, nos intervalos comerciais da RBS TV e em redes sociais.

Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br

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