Aluno do 2º ano do Ensino Médio do colégio Castelo Branco, de Lajeado, Rômulo Almeida, se destacou na Feira de Ciências da Univates. Construiu três máquinas que imprimem desenhos e objetos criados no computador. Gastou R$ 1,7 mil para fazer as impressoras, que custam no mercado entre R$ 4 mil e R$ 7 mil.
• Por quê você decidiu construir máquinas de alta tecnologia?
Sempre gostei de máquinas e robôs, a ideia de ter uma máquina que seja capaz de fazer o que quero automaticamente me instigou. Pesquisando na internet, vi que há muitos projetos desse tipo disponíveis publicamente. Comecei a pesquisar mais a fundo sobre o funcionamento para construir. Como pretendo trabalhar na área de automação, decidi fazer esses projetos logo para entender como esse tipo de máquina funciona.
• Como foi esse trabalho de pesquisa?
Foi tudo pela internet, principalmente através de vídeos e grupos de discussão com pessoas que também montaram máquinas do tipo. Em sites estrangeiros, existe muita informação. Quando achei que já tinha entendido o suficiente, encomendei a maior parte das peças da China, para economizar. Outra parte peguei de sucatas de eletrônicos e ferro velho. Depois de uns três meses, pude começar a montagem, que foi a parte mais rápida. Em uma semana, estava funcionando, faltando só alguns pequenos ajustes.
• O que a educação precisa oferecer para que mais alunos sejam instigados a criar projetos inovadores?
Os estudantes devem ter a liberdade de escolher disciplinas que se identificam mais. Não faz sentido alguém que quer ser engenheiro ser obrigado a estudar a mesma quantidade de horas de Física e Literatura, por exemplo. As aulas deveriam ser mais dinâmicas, instigadoras e atualizadas. Hoje o jeito de ensinar é monótono, antigo e retrógrado. Portanto, devemos aprender a estudar por conta e não depender apenas das escolas.
• Essa experiência mudou suas perspectivas e objetivos para o futuro?
Sim. Durante os projetos, foi possível ver que no Brasil ainda há muita falta de informações e conhecimento nas áreas tecnológicas. Acredito que é uma grande oportunidade para quem for estudar essa área. A tendência é cada vez mais sermos rodeados de tecnologia, e será preciso pessoas que tenham conhecimento técnico para trabalhar ou até mesmo criar novas tecnologias.
Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br