Trabalhadores que buscam recolocação no mercado podem ter uma oportunidade com as contratações temporárias.
Os estabelecimentos disponibilizam as vagas e aproveitam o período para avaliar o desempenho e podem até efetivar o funcionário. Em uma loja de vestuário e artigos de cama, mesa e banho, a gerente Elisete Fuhr espera ampliar a equipe de dez para 12 vendedoras. Duas vagas foram abertas nos últimos dias, e uma já foi preenchida.
Segundo ela, as vagas foram muito procuradas. Mais de 50 currículos foram entregues. Entre os requisitos, estão experiência em vendas e Ensino Médio completo. “Dependendo do desempenho nas vendas, quem entrar pode permanecer no nosso quadro. Estamos contratando para dar apoio ao atendimento em dezembro, mas podem ser efetivadas.”
Em outra loja de vestuário, a empresa espera contratar mais uma vendedora. A intenção é manter a funcionária na equipe, formada por 13 profissionais. Segundo uma das gerentes, Eliane Westenhofen, não é necessário ter experiência em vendas, mas mostrar motivação durante a entrevista.
Ela afirma não considerar necessária a contratação para cargos temporários, apesar do movimento ser mais alto nesta época, a partir da campanha Lajeado Brilha. “A vaga exige preparação e não achamos viável contratar uma pessoa por apenas três meses, momento que ela vai estar mais qualificada para o cargo.”
Em 2016, o cenário foi de baixa nas vendas do comércio. Com isso, não houve contratações a mais. Neste ano, Eliane e a gerente Juliana Dick afirmam que as vendas apresentaram recuperação e foram positivas para o segmento. Mas essa melhora não motivou o incremento da equipe e a intenção é otimizar o quadro.
Setor otimista
O ano de 2017 foi atípico ao setor, com oscilações em cada mês. O apontamento é feito pelo presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Lajeado, Heinz Rockembach. Segundo ele, apesar dos altos e baixos, o setor está mais otimista. Na avaliação dele, os empresários vão apostar em vagas temporárias, mas a maioria deve manter o mesmo número de funcionários do ano passado.
“A qualidade no atendimento é fundamental para esta época do ano. Para isso, é necessário ter uma equipe bem preparada.” Segundo ele, cada empresário verificará a necessidade e contratará conforme a demanda.
Expectativa no RS
Uma pesquisa da Fecomércio aponta para aumento na contratação de mão de obra temporária para o comércio varejista no estado. O incremento será de 35,9%.
No ano passado, o percentual era de 22,5%, e o número de empresas que pretendia contratar também era menor. O estudo consultou 384 estabelecimentos de cinco macrorregiões do estado no período de 4 a 19 de setembro.
Da mesma forma que Rockembach aponta, a pesquisa indica que 61,9% dos estabelecimentos comerciais vão repetir o número de temporários contratados em 2016. Apenas 17,5% ampliarão a oferta de vagas e 20,5% devem selecionar um número inferior de temporários.
As lojas líderes na contratação de temporários em 2017 serão as de vestuário (43,8%), de calçados e acessórios (27,9%) e de eletrodomésticos e móveis (9,4%).
Em 83,3% dos casos, o processo seletivo para preenchimento das vagas terá algum tipo de exigência, sendo a mais frequente o nível de experiência profissional (45,6%), grau de instrução (44,3%) e disponibilidade de horário (15,9%). A pesquisa também revelou que, entre as maiores dificuldades de contratação, estão a falta de qualificação dos candidatos (58,1%) e a indisponibilidade de horários (18,0%).
Demissões
A instabilidade econômica fragilizou diversos setores e um dos mais prejudicados na região foi o comércio. O cenário atingiu, em especial, o mercado de trabalho. Dados do Caged mostram que em 2015 e 2016 o segmento varejista fechou com saldo negativo na geração de empregos (veja tabela). Neste ano, um levantamento feito até setembro aponta que a variação está positiva e o setor empregou mais do que demitiu. A expectativa é de que o desempenho permaneça até dezembro.
Cássia Paula Colla: cassia@jornalahora.inf.br