Representantes da comunidade se reuniram em frente à agência do Banco do Brasil, na manhã dessa sexta-feira, para protestar contra o fechamento da agência. O objetivo era chamar a atenção dos gestores da instituição para os prejuízos causados pela paralisação das atividades.
O local está fechado desde 25 de fevereiro, quando foi atacado com o uso de explosivos. “O banco prestou serviços à nossa comunidade por 30 anos e não pode fechar agora”, desabafa a secretária Administração, Alenir Ana Carissimi.
Ela reclama que não houve qualquer consulta à população e tampouco esclarecimentos aos correntistas. “Não vamos desistir, o banco é muito importante para nossa economia. Pessoas se deslocam para outros municípios e isso não é bom para o comércio.”
Servidora do Estado e presidente da Liga Feminina de Combate ao Câncer, Leida Battisti critica a decisão e cobra apoio dos políticos para reverter a situação. “É um descaso total com nós. Não podemos ficar reféns da criminalidade. O município precisa do banco e o banco precisa de nós”, comenta.
A dificuldade nas transações fez clientes migrarem de banco. É o caso do administrador de empresas, Antonio Brancher Schmitt. Ele encerrou a conta pela falta de estrutura da instituição. “Os limites de saques em pontos credenciados são baixos. Isso atrapalha inclusive aqui na empresa. Já aconteceu de o cliente ir sacando dia após dia para concluir o pagamento da compra.”
O prefeito Gilberto Constantin cobrou apoio político para atender a demanda. “Queremos o quanto antes que a agência seja reaberta. Não admitimos o fechamento da unidade em Progresso. Estão em andamento tratativas junto ao governo federal para reverter a decisão da instituição.”
Agências fechadas
A situação é a mesma em Boqueirão do Leão. O prefeito Paulo Joel Ferreira e o presidente da câmara Jocemar Barbon foram a Brasília para reverter a decisão. Em viagem na quinta-feira, 26, participaram de audiência pública com a direção do Banco do Brasil.
O encontro foi articulado pelo deputado federal Alceu Moreira (PMDB/RS), junto ao ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. “Não aceitamos de forma alguma o fechamento da agência. Estamos trabalhando de todas as formas para reverter a decisão.” Em resposta, a direção do BB analisará o caso em busca de uma alternativa viável.
A folha de pagamento dos funcionários e os recursos do Fundão são, segundo Ferreira, argumentos usados para pedir que o banco não feche a agência ou que, pelo menos, deixe um posto de auto-atendimento na cidade.
Atividades retomadas
Após anunciar o fim das atividades, na metade do mês, o BB voltou atrás e decidiu manter a agência de Paverama.
O anúncio foi feito nesta semana. Segundo reportagem do A Hora, a decisão foi adotada depois de uma série de atos públicos promovidos por moradores e pela articulação política, em Brasília, feita por parlamentares gaúchos.
Felipe Neitzke: felipe@jornalahora.inf.br
