A adequada aplicação do dinheiro é uma das necessidades imprescindíveis para o país retomar o equilíbrio e a eficiência na gestão pública. Os gastos desnecessários, somados à farra e à corrupção, reduziram a capacidade de investimento e provocam rombos milionários nos cofres da União, Estado e municípios.
A sociedade, impactada por notícias e escândalos, se mostra cada vez mais intolerante com despesas que não traduzem contrapartida em serviços. A discussão em torno da construção da nova sede para o Legislativo de Lajeado ganha dimensão e se transforma em embate político justamente por causa de dúvidas e incertezas que cercam a relevância do investimento.
O tema está em discussão e análise faz pelo menos dez anos. Entra e sai presidente, e ninguém consegue tirar os projetos – já são mais de dez apresentados ao longo dos anos – do papel. Diante da estrutura atual, improvisada em dois andares do Genes Work Shopp, no centro, há argumentos plausíveis para a construção ou aquisição de um imóvel próprio. O custo mensal de aluguel, superior a R$ 20 mil, é outro fator que pesa a favor da mudança.
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Ainda que exista unanimidade entre os vereadores acerca da troca de local, falta acordo em relação ao valor a ser aplicado na futura sede. Essa discordância sobre o tamanho do investimento é a razão pela qual o debate ainda precisa ser ampliado. Mais do que isso, ratifica a imaturidade política e administrativa dos vereadores e integrantes do governo em relação ao assunto.
Abrir-se para a opinião pública e tomar a decisão mediante a mais absoluta transparência e coerência ergue-se como saída para os representantes do povo. Por mais que o presidente Waldir Blau tenha pressa em resolver a causa, é visível a necessidade de ampliar a discussão. Chamar e ouvir as entidades classistas da cidade surge como alternativa prudente. Além de compartilhar o peso da decisão, vereadores terão a oportunidade de cotejar a opinião de líderes empresariais e sociais sobre a aplicação de um par de milhões em mais um prédio público.
Lajeado tem mazelas eloquentes e pontuais. Carece de investimentos em várias áreas, até especialmente nas mais básicas. Ainda que o Legislativo tenha direito legal para gastar 7% do orçamento municipal, é oportuno dizer que a origem do dinheiro é a mesma. Seja onde for (inclusive para construir sede própria para a câmara), é imprescindível aplicar o recurso em obras, causas e serviços que favoreçam a sociedade e o contribuinte.
