A sessão de ontem foi marcada por questionamentos sobre a gestão da Languiru. Os vereadores Hélio Brandão (PTB) e Marcos Quadros (PSDB), se pronunciaram para pedir uma auditoria nas contas da cooperativa.
O primeiro a falar sobre o assunto foi Brandão. Afirma ter recebido pedidos para que a câmara cobrasse a realização de uma auditoria na cooperativa. “Fomos procurados, não apenas pelos integrantes do conselho fiscal, mas por agricultores e associados.”
De acordo com o parlamentar, as cobranças ocorreram após manifestações sobre o tema no Legislativo de Westfália. “Em Teutônia, que se destaca no Vale graças aos nossos agricultores e às cooperativas, não se deixa o conselho fiscal, dentro do seu estatuto, fazer uma auditoria?”
Segundo Brandão, o Conselho Fiscal percorreu o Estado em busca dos órgãos judiciais, tentando fazer valer o regimento, que prevê este tipo de fiscalização. “Quem não deve não teme. A gente tem ouvido algumas coisas que não podemos nem citar aqui na tribuna, mas que nos preocupam.”
Brandão convidou o presidente da empresa, Dirceu Bayer, presente na sessão, a dar explicações em reunião marcada para o dia 16 de novembro. Também foram chamados integrantes do conselho fiscal da Languiru.
Presidente da Câmara, Marcos Quadros, também se manifestou sobre a realização de auditoria. “O mundo caminha para a transparência”, afirma. Conforme Quadros, todos os órgãos que se privarem do direito legal da transparência no município e onde tiver interesse público envolvido, os parlamentar irão cobrar transparência.
Segundo ele, membros do conselho têm procurado os vereadores alegando não estarem conseguindo cumprir o seu estatuto. “Estamos preocupados com os nossos agricultores, com a segurança jurídica, social e financeira da nossa cidade.”
Vice apoia auditoria
O presidente da Cooperativa, Dirceu Bayer, não quis se pronunciar sobre o tema. O vice-presidente, Renato Kreimeier confirmou divergência de opinião entre ele e o presidente. “Existe um desconforto no relacionamento, em função de pontos de vista, princípios e práticas da gestão.”
Em relação à auditoria solicitada pelo Conselho Fiscal, Kreimeier se diz favorável. “Se o associado pensa assim, e o conselho fiscal quer, eu como vice-presidente não posso ser contra.”
Presidente do Conselho Fiscal, Eliseu Wahlbrinck, afirma que o conselho de administração não permite a realização de auditoria externa independente, como previsto no estatuto.
“Nós, agricultores, somos muito limitados em tempo e conhecimento. Em nenhum momento estamos falando em roubos, apenas algumas situações que deixaram o conselho fiscal em dúvida.”
Segundo ele, as explicações em relação a alguns negócios realizados pela cooperativa não foram suficientes. Segundo ele, o Conselho ingressou na justiça e não obteve êxito em primeira instância, e já recorreu da decisão.
Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br | Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br