Insegurança preocupa moradores da área rural

Estrela

Insegurança preocupa moradores da área rural

Pesquisa da La Salle verifica a percepção de segurança da população

Insegurança preocupa moradores da área rural
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Lurdes Feldmann, 50, reside em Novo Paraíso e convive com o medo de assaltos, mesmo sem ter sido vítima de um. A ação de criminosos na casa de vizinhos e nos arredores trouxe a sensação de insegurança para a moradora.

“Em casa, de noite, vivo com medo. Faz pouco, os ladrões invadiram a casa dos meus vizinhos, trancaram o casal e o filho mais novo no banheiro e levaram todos os eletrodomésticos e o dinheiro.”

Segundo ela, o dono da casa tentou reagir e quase foi agredido. “Para pedir ajuda, ele quebrou a janela do banheiro, para o filho sair e pedir socorro. Eles e toda vizinhança ainda estão assustados. Não temos tranquilidade nem no interior.”

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O relato de Lurdes revela a percepção da população das áreas rurais em relação à segurança pública retratado em um estudo da Faculdade La Salle. Dos moradores da localidade ouvidos, 57% consideram a segurança local ruim. A percepção foi semelhante em Costão, Glória e Delfina e em áreas de expansão urbana como no São José.

Pelo menos 90% dos entrevistados na localidade de linha Glória consideram a segurança do município ruim. Quanto ao bairro, 80% disseram se sentir inseguros no local. Em São José, os dados também revelam preocupação. Cerca de 100% tiveram o mesmo posicionamento e afirmam ser péssima. Em Delfina foram 70%.

De forma geral, 41,5% dos entrevistados consideram a segurança no município ruim. A pesquisa ouviu 400 pessoas entre os dias 7 e 14 e também avaliou o empenho de órgãos como Polícia Civil, Brigada Militar, Executivo, Legislativo e Judiciário para combater a violência.

Na avaliação do reitor da Faculdade La Salle, irmão Marcos Corbellini, uma dos principais pontos verificados é que os entrevistados reconhecem o empenho da Brigada Militar e da Polícia Civil “A população conhece os profissionais que fazem esse trabalho e conseguem ver no cotidiano a atuação deles. Muitos são vizinhos e essa proximidade proporciona a sensação de estarem seguros. Já o trabalho dos outros órgãos não é tão visível para a sociedade.”

Sensação de medo

A pensionista Neli Lima, 76, mora no bairro Oriental e considera o local tranquilo. “Não vejo muitas viaturas passar na minha rua, mas não temos históricos de violência e assaltos. É um lugar tranquilo. Tenho mais medo quando venho no centro. Há muitos ladrões que têm furtado bolsas. Outro dia, soube que tinha um usando um facão para abordar as pessoas. Isso me faz sentir medo.”

A pesquisa mostra que 41% dos moradores do bairro Oriental consideram a segurança do local boa. Ao contrário do apontamento de Neli, 70% dos moradores do centro consideram o local pouco violento e sentem-se seguros.

A consultora de Recursos Humanos, Paula Morgana dos Santos é uma delas. Na avaliação dela, apesar da violência estar presente em todos locais, Estrela ainda é um local que garante tranquilidade. “Quando você caminha no centro, não vê muito movimento. São poucas pessoas transitando a pé. Considero um lugar seguro e bom de se viver.”

A afirmação de Paula e o dado da pesquisa divergem dos relatos de comerciantes que reclamam e se mobilizaram, nos últimos meses, para assegurar maior segurança nas principais ruas da cidade, depois de uma série de furtos e roubos. Uma atuação mais forte da BM ampliou as rondas para garantir mais segurança.

Reitor da La Salle apresentou dados da pesquisa promovida pela instituição

Reitor da La Salle apresentou dados da pesquisa promovida pela instituição

Dicotomia

Moradores de locais de maior vulnerabilidade social consideram o bairro e a cidade com segurança regular. No Moinhos, cerca de 75% das pessoas ouvidas têm essa percepção. Rondas da Brigada Militar, resultantes de um trabalho de inteligência, ocorrem nos locais de maior índices de violência. Na avaliação de Corbellini, esse aspecto pode ser um dos fatores que provoca maior sensação de segurança aos moradores.

Violência reconhecida

O estudo mostra que os entrevistados do bairro Imigrantes reconhecem a violência do local. Pelo menos 48%, consideram a segurança do bairro ruim e 32% regular. Apenas 20% disseram ser boa.

Painel debate soluções

Na noite de ontem, os dados foram apresentados para a Câmara de Comércio Indústria e Serviços (Cacis) e para a população durante o segundo Painel de Segurança Pública. Durante o evento, debatedores representantes de órgãos como Brigada Militar, Polícia Civil, Executivo, Legislativo e Judiciário discutiram os dados e fizeram uma reflexão quanto às medidas para ampliar a segurança e impedir o avanço da violência no município.

Cássia Paula Colla: cassia@jornalahora.inf.br

 

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