Ex-auditores orientam sobre análise de contas

Teutônia

Ex-auditores orientam sobre análise de contas

TCE emitiu parecer favorável à aprovação das contas de ex-prefeito Renato Altmann

Ex-auditores orientam sobre análise de contas
Teutônia

Dois auditores aposentados do Tribunal de Contas do Estado (TCE) se reuniram com vereadores, na manhã de ontem, 24, na câmara. Os especialistas prestaram orientações e esclareceram dúvidas dos parlamentares sobre os ritos que envolvem o julgamento das contas do ex-prefeito Renato Altmann, no exercício de 2015. O relatório da CPI que investiga a gestão anterior e a análise das contas do Executivo devem ser votados em novembro.

Alguns vereadores alegam que o parecer do TCE favorável à aprovação das contas não considerou decisão do Tribunal de Justiça (TJ) sobre processo envolvendo a gestão anterior. Em 2015, a empresa Picadilly moveu ação contra a administração municipal solicitando o ressarcimento de valor referente à restituição de impostos cobrados de forma irregular. Na decisão do TJ, o município foi condenado a pagar mais de R$ 2,1 milhões à empresa.

“A câmara de vereadores é soberana para julgar as contas do Executivo”, afirma o ex-auditor José Carlos de Mello, que trabalhou durante 33 anos no TCE. Segundo ele, a Constituição deixa claro que o controle externo das contas públicas deve ser exercido pelo Legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas. “O Tribunal faz auditoria e emite parecer com força de decisão. A câmara, por ser quem julga, poderá acatar ou não esse parecer”, esclarece.

O ex-auditor Eduardo Cordeiro reitera que uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal reforça a autonomia do Legislativo para julgar as contas do Executivo. Sobre o fato de o parecer do TCE não ter considerado a decisão do TJ, Cordeiro frisa que as instituições trabalham de forma independente. “O Tribunal (de Contas do Estado) audita cerca de 1,2 mil órgãos por ano, fora auditorias especiais e extraordinárias. Ele faz um procedimento por amostragem. É claro que vai passar muita coisa”, reconhece.

Partiu do relator da CPI do Incentivo Fiscal, vereador Hélio Brandão da Silva (PTB), o convite aos ex-auditores Mello e Cordeiro, hoje professores universitários. “Toda a orientação que vem para nós é sempre bem-vinda, principalmente de pessoas experientes, que trabalharam no corpo técnico do Tribunal de Contas, para a gente fazer uma votação tranquila”, comenta.


Quórum qualificado

Para discordar do parecer do TCE, a câmara deverá ter quórum qualificado, com 2/3 em relação ao número total de vereadores. Com 11 assentos, o Legislativo precisará de oito votos pela reprovação para contrariar a recomendação do órgão.

Presidente da câmara, Marcos Quadros (PSDB) conta que a Picadilly pressiona a atual gestão do Executivo pelo ressarcimento, ameaçando se retirar de Teutônia. “A empresa, que gera muito retorno ao município e deve ter mais de mil empregos, botou o prefeito na parede, e agora a conta está em R$ 2,5 milhões. Se o prefeito não pagar isso em menos de dez vezes, eles não vão mais faturar por Teutônia. Isso é algo que apavora, porque poderia quebrar o município”, alerta.

Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br

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