Nascido em Bangladesh, país localizado no sul da Ásia, Luftor Hamann, 26, mora em Lajeado faz cerca de cinco anos. Trabalhador da empresa Minuano, diz admirar a organização e o respeito às leis no Brasil, assim como a cordialidade dos moradores da região.
• Como você chegou de Bangladesh em Lajeado?
A viagem foi muito demorada. Peguei um avião de Bangladesh até Dubai, em uma viagem de seis horas. Depois, peguei outro avião que levou 16 horas para chegar em São Paulo. De lá, peguei mais um voo para Argentina e depois para a Bolívia. Lá fiquei cerca de um mês antes de pegar o visto de turismo para entrar no Brasil. Fiquei quatro meses em Brasília até obter o visto permanente. De Brasília vim para Lajeado.
• Quais foram seus objetivos ao vir para o Brasil?
Foi para buscar uma vida melhor. Vim para Lajeado pois tinha um colega que trabalhava na BRF e ele me falou sobre a oportunidade de trabalhar na Minuano. Vim junto com uma turma de 70 a 80 pessoas do meu país. Agora são cerca de 15 ou 20 que ficaram. A maioria foi embora para São Paulo. A minha intenção é ficar oito ou dez anos e, se gostar muito, ficar por aqui. Se ficar com muita saudade, vou voltar para Bangladesh.
• Como foi a recepção e como é sua relação com vizinhos e colegas?
É muito legal. As pessoas de Lajeado me receberam muito bem. Se nos veem passeando na rua, nos chamam e querem conversar, perguntar qual o nosso país. Ficam curiosos quando falamos que somos de Bangladesh, perguntam como é o meu país e se gostamos daqui. Também oferecem muita ajuda em tudo o que precisamos. Meus colegas de serviço são muito bons e me ajudam em qualquer problema, tiram todas as dúvidas. Para mim, as pessoas aqui são muito boas.
• Qual a melhor qualidade e o pior defeito do Brasil?
O Brasil é um país muito organizado, onde todo mundo respeita as leis, o governo, e procura fazer as coisas certas. A pior coisa é a quantidade de pessoas que usam drogas, e o poder do tráfico e suas armas.
• O que faz ter saudade de casa?
Sinto falta do meu pai, mãe e da minha família. Minha mulher veio faz dois anos, e antes disso eu tinha muita saudade dela porque morava sozinho. Depois que ela veio, melhorou um pouco. Com o nascimento da minha filha, fiquei ainda mais feliz. No ano que vem vou tirar um mês de férias e ir para Bangladesh visitar minha família, então, acho que a saudade vai passar.
Thiago Maurique: thiagomaurique@jornalahora.inf.br