A discussão em torno da construção ou compra de um prédio para a futura sede do Legislativo de Lajeado ganha novo acréscimo. O empresário Roberto Luchese, da Construtora Lyall, apresentará nos próximos dias uma proposta de construir a sede em troca de permuta de terrenos públicos.
A ideia do empresário seria colocar a nova sede dos vereadores dentro do prédio comercial de 15 mil metros quadrados, projetado para a rua Piraí, no bairro São Cristóvão. Ele calcula um investimento de R$ 2 milhões, que poderia ser pago mediante permuta de terrenos. A prefeitura de Lajeado é dona de 1,5 mil imóveis, avaliados em cerca de R$ 600 milhões.
Luchese já conversou com alguns vereadores na semana passada e a discussão deve ganhar força nos próximos dias. Uma coisa é certa: o vereador e presidente da câmara, Waldir Blau, não abre mão de resolver o imbróglio este ano. Está correto.
Tão importante quanto decidir de uma vez sobre a nova sede, é resolver com equilíbrio e coerência, impactando o menos possível os cofres públicos. Ainda bem que a ideia de aplicar R$ 15 milhões em um prédio próprio já se esvaiu.
Como escrevemos na semana passada: as mazelas da cidade são grandes demais para investir uma dúzia de milhões num prédio para abrigar vereadores e assessores. À medida que a discussão sobre o assunto evolui, surgem novas e mais customizadas opções. Avancemos.
Sem dinheiro?
É trágica a notícia estampada no jornal A Hora de ontem sobre a falta de dinheiro para reformar a BR-386. Uma das mais movimentadas rodovias do estado é também uma das mais esburacadas. O Dnit alega que acabou a verba para aplicar em manutenção. Se isso se confirmar, a rodovia se transformará num martírio aos motoristas até o fim do ano. Negligência e irresponsabilidade do governo.
Leilão do shopping
Está marcado para o dia 22 de novembro o leilão do Shopping Lajeado. O lance mínimo parte de R$ 45,3 milhões.
O leilão presencial ocorre no Hotel Weiand , em Lajeado. Será leiloado 70% do shopping, resultante de objeto de disputa entre o M. Grupo, que comprou o empreendimento em 2012, e a RB Capital Companhia de Securitização. Os outros 30% já foram a leilão junto com o shopping de Gravataí, mas não houve lance e passaram para o nome da Ápice, que já repassou aos outros investidores que representava.
Acabou a paciência
Moradores da ruaValter Hackann, no Passo da Aldeia, de Taquari, esgotaram a paciência com o abandono das obras de pavimentação no local. Esta semana, foram à câmara de vereadores para tentar sensibilizar parlamentares e o poder público. Faz mais de um ano que as obras foram interrompidas. A revolta da comunidade está mais do que justificada.
Inclusão na política
Em meio ao descrédito de 80% da sociedade brasileira nos políticos – conforme pesquisa da Federação Getúlio Vargas – o projeto de inclusão de alunos na política, em Estrela, merece um registro.
O programa Parlamento Mirim, desenvolvido na câmara de vereadores, lotou o plenário ontem no fim da tarde. Treze alunos de diferentes escolas e comunidades do município listaram prioridades e sugeriram obras nas respectivas localidades.
Cooperativismo. Cabe invulgar sobre Estrela o projeto relacionado ao cooperativismo. A Secretaria de Educação, com apoio financeiro da Sicredi, formaliza a criação de uma cooperativa em cada escola. A nomeação oficial das cinco associações ocorre hoje e amanhã. Aspectos de gestão, liderança, empreendedorismo e cidadania estão entre os princípios do trabalho.
Temer e as missivas conspiratórias
Ao passo que o Brasil conhece melhor seu principal inquilino do Palácio do Planalto, aparecem características desconhecidas do presidente da República. Uma delas é sua preferência e habilidade para escrever cartas.
Numa era de comunicação instantânea, Michel Temer pretere os meios de comunicação eletrônicos às tradicionais e fiéis cartas. Em menos de dois anos, escreveu duas de forte impacto e repercussão nacional. Algo parecido com histórias de casais iniciantes, que escrevem cartas “quilométricas” para expressar a paixão momentânea.
No fim de 2015, quando iniciou com mais força o processo de golpe contra Dilma Rousseff, ele escreveu uma carta para informar que não queria mais ser um vice decorativo. “É um desabafo que já deveria ter feito há muito tempo”, disse na primeira correspondência. Agora, mandou outra carta para avisar que deseja continuar presidente e repete a ladainha: “É um desabafo. É uma explicação para aqueles que me conhecem”, afirma.
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Afora seu apreço por cartas, o que mais chama atenção de Temer é o teor das missivas. Na primeira, o peemedebista negou ser o chefe de uma “suposta conspiração”. “Não é preciso alardear publicamente a necessidade da minha lealdade”, escreveu. Agora ele muda de papel e se diz vítima de conspiradores. “Jamais poderia acreditar que houvesse uma conspiração para me derrubar”, lamenta-se.
De conspiração, Temer entende como ninguém. Se não fossem trágicas, as cartas do presidente poderiam até ser cômicas. Só os congressistas oportunistas e com rabo preso para se deixar influenciar por missivas laudatórias e vitimistas.