Negligente e irresponsável

Editorial

Negligente e irresponsável

A notícia de que acabou o dinheiro para as reformas e manutenções das rodovias federais no RS é o retrato do desgoverno e da malversação dos recursos públicos. O Departamento Nacional de Infraestrutura e Logística (Dnit) informa – veja matéria…

A notícia de que acabou o dinheiro para as reformas e manutenções das rodovias federais no RS é o retrato do desgoverno e da malversação dos recursos públicos.
O Departamento Nacional de Infraestrutura e Logística (Dnit) informa – veja matéria publicada nesta edição – que não há mais possibilidade de fazer as tradicionais operações tapa-buracos nos cerca de 5,3 mil quilômetros de rodovias federais.
A chuva intensa dos últimos dias agravou, e muito, a precariedade dos pavimentos. A BR-386, uma das principais do estado, está tomada por buracos e desníveis. Faz tempo precisa de uma manutenção mais intensa. Agora, ficará assim até o fim do ano.
A informação do Dnit é dramática e preocupante. Durante o último feriado, a Polícia Rodoviária Federal emitiu alertas sobre o permanente perigo aos motoristas provocado por buracos na BR-386. Segundo o departamento, seria necessário um aporte de R$ 100 milhões do governo federal para manter os trabalhos de reforma e serviços emergenciais. Ou seja, o valor é menos da metade dos R$ 52 milhões encontrados em apartamento de Geddel Vieira Cunha, fruto da corrupção que corrói os cofres do país.
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A alegação do Dnit, por mais sincera que possa ser, não convence o cidadão. E nem deve. O dinheiro arrecadado com as taxas de impostos, especialmente o IPVA, deveria ser direcionado para a manutenção das estradas. Infelizmente, o dinheiro toma rumos diferentes quando entra no caixa da União.
Outra conclusão plausível com a notícia do Dnit é de que o governo federal tenta convencer a sociedade, da pior forma, sobre a necessidade de privatizar as rodovias federais. A incompetência da União em gerir os recursos e cuidar das estradas já está consolidada. Ainda assim, negligenciar recursos para a manutenção e reparos mínimos das estradas é atitude temerária e irresponsável.
Se não houver manutenção, a BR-386, por exemplo, ficará caótica e, bem provavelmente, intransitável. Os costumeiros buracos e desníveis tendem a tomar proporções muito maiores, aumentando na mesma intensidade o perigo a quem trafega pela via. Até finalizar o processo de privatização das rodovias federais, a União tem a obrigação de garantir o mínimo de manutenção das estradas sob sua competência. Anunciar o fim dos recursos para tal é negligente e irresponsável.

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