Escolas que entraram em greve têm até sexta-feira para informar à 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) como irão recuperar os dias letivos. O órgão, por sua vez, deverá homologar o calendário até o dia 27, na próxima semana.
A coordenadora da 3ª CRE, Greicy Weschenfelder, participou de reunião na Secretaria Estadual de Educação, na segunda-feira para tratar sobre os detalhes da recuperação. Além dos dias úteis, durante a semana, as escolas poderão utilizar todos os sábados até o fim do ano, inclusive dos dias 23 e 29 de dezembro.
O prazo máximo para a conclusão dos 200 dias letivos será 14 de janeiro. O objetivo é garantir a continuidade do ensino, sobretudo para alunos do 3o ano do Ensino Médio, além de permitir a participação deles em vestibulares e demais processos seletivos.
Outra observação de Greicy é sobre o transporte escolar, mantido pelas administrações municipais. “O município não tem obrigação de manter o transporte para recuperação de greve, então, isso é algo que nos preocupa. E aí, como fica?”
Ela ressalta que as escolas deverão prezar por uma recuperação presencial e efetiva, ou seja, todo o conteúdo atrasado deverá ser apresentado de modo integral pelos professores. “A carga horária completa deverá ser retomada, inclusive por escolas que tiveram paralisação parcial. Precisamos de qualidade, incentivo às habilidades e competências.”
Essas regras serão válidas somente para as instituições que já voltaram às aulas. No caso da região, são sete escolas. Naquelas onde não houve greve, as aulas encerram até o dia 29 de dezembro.
Regras diferentes
Aquelas ainda em greve deverão ter outras determinações estabelecidas pelo Estado. No Vale, há três com paralisação total e três parcial. “Quando assinalarem a volta, vamos estabelecer de que modo será feito”, aponta. Ontem, o comando do Cpers e representantes do governo se reuniram, mais uma vez, para tentar estabelecer um acordo. Mas não houve avanço. Já são mais de 40 dias de paralisação.
Calendário “ilusório”
As definições do governo quanto ao calendário são desconsideradas pelo Cpers. Para o diretor do 8º Núcleo do sindicato, Gerson Luis Johann, as medidas deveriam ter sido estabelecidas em conjunto com o movimento. “Não fomos consultados. O governo não tem poder para isso.”
Ele define o calendário, apresentado previamente, como uma ilusão. “É uma maneira de jogar as pessoas contra nós.” O sindicato pretende apresentar uma contraproposta, para início das férias no dia 23 de dezembro e retomada das aulas em fevereiro.
O núcleo participa de reunião amanhã, às 19h, no colégio Castelo Branco, para esclarecer à comunidade escolar os motivos da greve.
Carolina Chaves da Silva: carolina@jornalahora.inf.br