Entre sexta-feira e ontem, professores e funcionários de cinco escolas da região retomaram as aulas. Entre elas, a São João Bosco, de Lajeado, Jacob Arnt, de Bom Retiro do Sul, Pedro Albino Muller, de Sério, Hugo Oscar Sphor, de Canudos do Vale, e Gomes Freire de Andrade, de Teutônia.
Conforme a 3ª Coordenadoria Regional de Educação, além dessas, a Fernandes Vieira e a Pedro Scherer também teriam voltado ontem, mas as informações não foram confirmadas por representantes das escolas. O órgão ainda informou que outras cinco permanecem em greve.
Em Lajeado, Castelo Branco, Érico Veríssimo e Manuel Bandeira mantêm paralisação total. Já a Carlos Fett Filho e Santa Clara estão paradas de modo parcial. O mesmo ocorreria no Irmã Branca e no Instituto Estrela da Manhã (IEEM), de Estrela, mas a confirmação não foi obtida com as escolas.
Conforme a diretora da São João Bosco, Loiva Cerestani Fauri, a vontade dos servidores da instituição também era de permanecer em greve, devido ao descontentamento com o governo. Porém, a necessidade da comunidade os fez retomar as aulas ontem, depois de 15 dias de greve.
“Temos mais de 150 alunos, do pré à 4a série, que dependem de nós diariamente. Nossa realidade é diferente das demais, por isso, decidimos voltar”, explica.
Junto com o retorno, surpresas. Duas professoras teriam decidido se exonerar. Uma delas estava com problemas de saúde e já estaria afastada. A outra lecionava Português da 6a à 8a série, no turno da tarde. “É uma situação muito complicada a que estamos vivendo. Agora estamos sem dois professores”, reclama. A recuperação das aulas será planejada hoje.
Já na Gomes Freire de Andrade, de Teutônia, com aulas paradas desde o dia 3, nos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio, a reorganização será feita somente após as orientações da 3ª CRE.
Conforme a coordenadora Greicy Wenschelfelder, as informações serão repassadas ainda hoje. Ontem ela esteve em Porto Alegre para obter mais detalhes acerca da remodelação do calendário escolar em decorrência da greve. “É algo bem complexo.”
De modo antecipado, o governo anunciou que as escolas têm até o dia 14 de janeiro para encerrar a recuperação, e poderão utilizar os sábados. Nas instituições onde não houve paralisação, as aulas devem ser concluídas no dia 29 de dezembro. No total, as escolas precisam cumprir 200 dias letivos.
Calendário “ilusório”
As definições do governo quanto ao calendário são desconsideradas pelo Cpers. Para o diretor do 8º Núcleo do sindicato, Gerson Luis Johann, as medidas deveriam ter sido estabelecidas em conjunto com o movimento. “Não fomos consultados. O governo não tem poder para isso.”
Ele define o calendário, apresentado previamente, como uma ilusão. “É uma maneira de jogar as pessoas contra nós.” O sindicato pretende apresentar uma contraproposta, para início das férias no dia 23 de dezembro e retomada das aulas em fevereiro. “Entendemos que possa causar prejuízo a alguns alunos. Mas é um fato que estamos alertando há muito tempo. Se não nos impormos neste momento, quando vamos modificar essa situação?”
O núcleo participa de reunião na quinta-feira, às 19h, no colégio Castelo Branco, para esclarecer à comunidade escolar os motivos da greve. Hoje representantes da região participam de uma plenária e acompanham votação na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre.
Escolas onde as aulas foram retomadas
– São João Bosco, de Lajeado
– Jacob Arnt, de Bom Retiro do Sul,
– Pedro Albino Muller, de Sério,
– Hugo Oscar Sphor, de Canudos do Vale,
– Gomes Freire de Andrade, de Teutônia
Em greve
– Castelo Branco, de Lajeado
– Érico Veríssimo, de Lajeado
– Manuel Bandeira, de Lajeado
– Carlos Fett Filho, de Lajeado (modo parcial)
– Santa Clara, de Santa Clara do Sul (modo parcial)