O estado precário da BR-386 entre Pouso Novo e Tabaí não será solucionado em 2017. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) já havia anunciado a falta de recursos para manutenção na malha viária no início do ano. Nesta semana, o contingenciamento foi confirmado.
Os recursos financeiros para efetuar obras de manutenção e emergenciais nas rodovias federais do estado acabaram, anuncia o superintendente regional do Dnit, Hiratan Pinheiro da Silva, que ainda mantém pequena esperança de receber, em novembro, alguns valores extras por parte do governo federal. Mesmo assim, insuficientes.
Essa situação fora alertada, também, durante a série de reuniões e audiências públicas referentes ao processo de concessão da BR-386 à iniciativa privada. Segundo alguns representantes do Dnit e também da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) – ambos órgãos ligados ao Ministério dos Transportes –, a falta de recursos da União estaria entre os motivos para repassar a rodovia para empresas.
De acordo com a superintendência regional do Dnit, dos R$ 8,9 bilhões previstos para a autarquia em todo o país em 2017, cerca de R$ 3 bilhões foram cortados durante o ano. Só para manter os serviços até o fim de dezembro, por exemplo, o departamento precisaria de algo em torno de R$ 100 milhões. Ainda de acordo com a autarquia, foram gastos mais de R$ 35 milhões só em melhorias na BR-386 neste ano.
Apesar dos cortes, o único montante ainda garantido pelo Dnit ao estado é de R$ 200 mil, que serão utilizados na BR-386, no trecho entre Tabaí e Canoas, fora do Vale do Taquari. Já a anunciada obra na ponte do Rio Caí, também na 386, por exemplo, que está em licitação, não poderia começar em caso de homologação.
Pedágios em 2018 e o preço da tarifa
Presidente do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat) e representante da região no Grupo de Trabalho (GT) que atua junto à ANTT no debate sobre a concessão da BR-386, Cintia Agostini não se surpreende com a notícia divulgada pelo Dnit acerca da manutenção na rodovia federal.
“Eu sabia que fariam isso, que diriam isso. A alegação é, que com os cortes, não teriam recursos para manutenção. Mas (oficialmente) não chegou nada até mim”, resume ela.
Cíntia, junto com representantes da Amvat, Avat, CIC Vale do Taquari e Setcergs, ainda aguarda posicionamento do Tribunal de Contas da União (TCU).
O grupo pretende agendar audiência com o órgão para debater a tributação sobre as tarifas de pedágios propostas para a BR, e cujo teto está em R$ 7,48.
Rodrigo Martini: rodrigomartini@jornalahora.inf.br