Às vezes a gente se pega sem saber o que fazer. Por mais habitual que seja a nossa tarefa, existem aqueles momentos de “blecaute”. Somos tomados por um apagão de ideias, ainda que em situações nas quais, via de regra, temos facilidade.
Senti isso nessa sexta-feira ao iniciar esta crônica. Sentei na frente do computador, tentei esboçar um pensamento, mas as ideias não vinham. De jeito nenhum.
Poxa! Com tanta coisa acontecendo, como posso não ter algo para escrever.
Então pensei: vou falar disso, sobre a falta de criatividade para escrever, ou o famoso clichê “deu branco”.
Quem já não passou por isso às vésperas de entregar uma prova, ou fazer um concurso. O esquecimento repentino é muito comum, mas a falta de criatividade é ainda mais incômoda para quem depende dela para desenvolver um texto ou pensamento.
Sem entrar no mérito da vaidade, vamos tentar despertar para algumas reflexões: como e por que isso ocorre em meio a tanta informação disponível?
Talvez a resposta esteja na própria pergunta.
Reconheço que a polêmica faz sucesso e, quanto mais engraçada ou idiota for a informação, mais compartilhamentos e curtidas terá. Por isso, damos tanta audiência a qualquer coisa.
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Isso tem me intrigado. Por vezes, sem querer, me pego lendo bobagens, tamanha é a quantidade de estímulos, seja por e-mail, WhatsApp ou rede social. É inevitável.
Outro dia mandaram um áudio do Lula. Não demorou muito, outro fake news do Cristovam Buarque.
Pela credibilidade de quem mandou, resolvi ouvir. Logo percebi tratar-se de conteúdo falso, produzido por gente maldosa, mentirosa e manipuladora. Mas meu cérebro já havia sido impactado por aquelas porcarias, mesmo que por alguns minutos.
E assim a informação perecível se multiplica na era pós-verdade sem desconfiança. Qualquer pessoa, sobre qualquer coisa, sobre qualquer indivíduo pode emitir e compartilhar o que bem deseja. Simples e leviano assim.
Nunca foi tão importante saber distinguir verdade e mentira. Por isso, não basta saber quando e onde. Apenas escrever o que acontece é insuficiente. Aliás, tempo e lugar qualquer um consegue informar, basta ter um celular e internet.
Para terminar minha crônica, tive de subir um nível: me perguntar como e do por quê?
Esse é o refino do conteúdo de valor. Interpretar a diferença entre um simples relato de notícia e uma abordagem mais aguçada, que responde como e por que das coisas.
Estar exposto, ainda que inconscientemente, ao excesso de informação tende a causar “apagões” em nosso cérebro.
Acho que preciso me reciclar e bloquear algumas “janelas abertas” que dispersam minha atenção e aprisionam minha criatividade no repeteco da informação perecível.
Talvez o mundo precisa de novas percepções. Ou o apagão é mesmo inevitável?
Um abraço e bom fim de semana a todos!
Porque precisamos falar nele?
Domingo é Dia do Professor, com poucos motivos para comemorar. Exceto sua persistência heroica para sobreviver em meio às circunstâncias hostis, o mestre está no fim da fila. Seu diploma perdeu o valor, sua importância perdeu respeito. Mas muitos atribuem a ele toda a responsabilidade pela educação dos filhos.
E basta um aluno se queixar, que existem pais cheios de razão para reclamar na direção.
Ainda têm aqueles que acham o professor pouco interessado. Dizem que não estuda, ou faz muito pouco para se estimular.
Receber parcelado, então, é um problema para o governo resolver.
Será?
Em todo o mundo, onde a educação é levada a sério, existem resultados comprovados da sua eficácia nos índices econômicos e sociais. No Brasil, os governos não querem, mas o povo também não. Do contrário, bateríamos panelas até mudar esse trágico cenário.
“Quanto pior for a qualidade da educação, mais relevante será o papel da psiquiatria no terceiro milênio…”
Augusto Cury
Polêmica legislativa
Notícias no A Hora, acerca dos gastos com a nova sede da câmara de Lajeado e sobre o aumento de 15 para 17 cadeiras, foram motivo de reações. Vereadores se dizem inconformados com as críticas feitas pelos colunistas e ameaçam cortar a verba de publicidade legal com o jornal.
Importante: um jornal não pode se vender para grupos, pois é comprado pelos leitores. E, no caso da publicidade legal, essa é paga pelo povo lajeadense, que exige notícias verdadeiras e não convenientes a quem está no poder.
Então, esperamos que essa ameaça não se repita.