Uma boa notícia

Editorial

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O fim da importação de leite em pó do Uruguai, anunciado ontem à tarde pelo ministro da Agricultura Blairo Maggi, representa um alívio para produtores e empresas ligadas à cadeia leiteira do estado. A crise que acomete o setor há…

O fim da importação de leite em pó do Uruguai, anunciado ontem à tarde pelo ministro da Agricultura Blairo Maggi, representa um alívio para produtores e empresas ligadas à cadeia leiteira do estado. A crise que acomete o setor há meses fez o preço despencar nas propriedades rurais e nas gôndolas dos mercados.
A entrada descontrolada de leite do Uruguai foi apontada, repetidas vezes, como causa central da crise capital que atinge a cadeia. No Vale do Taquari, milhares de produtores abondaram a atividade nos últimos anos, frustrados com as oscilações de preços e a instabilidade provocadas pela falta de políticas públicas de controle de produção e importação.
A cadeia leiteira está entre as principais matrizes econômicas do Vale do Taquari. Exerce papel social singular sobre a agricultura familiar. Pelo impacto e valor socioeconômico para a região, o setor é uma das bandeiras de desenvolvimento estabelecidas e adotadas pelo jornal A Hora.
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Quando o governo federal anuncia o fim da importação e endurece as regras de rastreabilidade e qualidade do produto uruguaio, o jornal comemora ao lado de produtores e empresários. Muito mais do que uma atividade econômica, o leite é a fonte de renda exclusiva para milhares de famílias. Está presente em mais de 90% das propriedades rurais no RS.
Sua relevância levou o A Hora, alinhado com as instituições locais, a liderar uma pressão sobre o governo do Estado e representantes políticos, no sentido de intervir na importação de leite. Fruto do Pensar o Vale, o debate promovido na Univates, em agosto, com a presença de todos os líderes da cadeia no Estado, desencadeou sucessivas e necessárias discussões estado afora. Culmina agora com a decisão sensata do ministro da Agricultura em barrar a importação do leite uruguaio.
Representa um avanço importante, ainda que seja insuficiente para estancar a crise por completo, muito menos para organizar a cadeia de forma equilibrada. A reestruturação do IGL, tornando-o entidade principal para difundir políticas públicas, é o próximo passo. Enquanto isso, espera-se que o governo federal tenha mais responsabilidade antes de reabrir as porteiras da importação e desestruturar de forma tão forte a cadeia nacional.

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